quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A M e a escola

Finalmente começou a escola da M. Digo “finalmente” não por estar desejosa, muito pelo contrário, tenho adorado estar com eles os dois juntos, mas sim porque começa uma nova fase. A M está radiante por poder brincar com meninos e porque se sente mais integrada, acho eu, e eu sinto o mesmo, começo a sentir que faço parte de uma coisa exterior à minha casa e que me liga mais com a comunidade.
No primeiro dia fomos os três: eu, a M e o R (o T teve que ficar a trabalhar) e estivemos lá de manhã, almoçámos e viemos embora. Os pais devem ajudar em diversas tarefas e os filhos ou ficam a ajudar-nos ou vão brincar. Assim os pais aproveitam para se conhecerem um bocadinho e os filhos também e enquanto trabalham começam a sentir-se parte daquele espaço. Ao saber onde se guarda a vassoura, sinto-me mais parte da casa.
Hoje, foi o primeiro dia em que a M ficou lá sem nós. Ficámos lá cerca de três quartos de hora com ela e viemos embora. Ela ficou na boa a cortar cenouras para a sopa e a ralar amêndoa para fazerem um bolo no forno de brincar. Como foi o primeiro dia, combinámos ir buscá-la mais cedo e encontrei-a a brincar na areia, a fazer um bolo com um amiguinho novo. Ela ainda não sabe os nomes e eu também não, mas não precisam disso para brincar. Estava contente e ficou feliz de me ver, mas amanhã só quer ir embora quando for a sua amiga M e assim será, antes da sesta. Chegou a casa toda satisfeita e espevitada, acho que está mesmo contente de ver outras pessoas. Aqui ainda não temos mais amigos de que um casal e respectiva filha (que são maravilhosos), por isso a M tem visto sobretudo as visitas que vão e vêm. Acho que lhe está a saber bem ter a possibilidade de fazer novos amigos e de brincar, que é o que ela mais gosta de fazer.
Ontem tivemos a reunião da escola. A M ficou com os nossos amigos daqui e com a sua amiga M (ficou óptima, quando cheguei chorou porque tinha sido muito pouquinho tempo… quase quatro hotras!!!!). O R foi connosco e animou a reunião com a sua linda cara. Com um sonoro pum e com as suas gracinhas naturais. Falaram-se de coisas importantes. A que mais me marcou, e que por isso aqui escrevo, foi sobre o brincar. Como as crianças ao brincarem livremente exploram o mundo, a sua imaginação e criatividade. E que os adultos estão lá somente para apoiar, não para condicionar a brincadeira, e que ao interrompermos o que estão a fazer com aquelas perguntas “o que estás a fazer?” quebramos este estar, pois elas não sabem para onde vão, estão somente a viver o momento presente. Essa interrupção deixa-as normalmente irritadas porque saem desse momento de concentração onde estavam mergulhadas.
Enfim… estou satisfeita. E para além do mais são todos muito queridos e fazem-nos sentir muito bem recebidos. E o melhor é que… a M está muito feliz! Viva!

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