quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vergonha

"Nunca tenhas vergonha de sentir medo ao pé de mim. Ao pé de mim, podes sentir tudo o que sentires, podes dizer-me o que souberes e quiseres, e pedir-me o que precisares. Se tiveres vergonha fazes de mim um pai horrível e matas-me um bocadinho." (em "O Filho de Mil Homens" de Valter Hugo Mãe)

Adorei estas palavras e sinto-as como minhas. O que não quer dizer que por duas ou três vezes, quando me saltou a tampa, não tenha dito enfurecida à minha querida M, quando ela fazia uma birra gigante em público: -"Não tens vergonha? Que vergonha, uma birra destas no meio da rua. Uma birra como se fosses um bebé".

Eu tenho vergonha de já ter dito coisas destas e outras do mesmo calibre e talvez pior. Fico contente que não seja "o prato da casa", mas quando se me revolta a cabeça e o espírito saem da minha boca coisas em que não acredito e que parecem umas facas, a tentar magoar. Que coisa tão estranha... querermos magoar quem amamos mais do que o mundo. Há coisas que nunca vou entender. Vou aceitando. Mas tenho sempre aquela esperança de aprender a ser melhor...

1 comentário:

  1. Ai querida, tu pensas de mais... Deixa que as crianças não vão ficar traumatizadas. E depois, quando formos todos mais velhos, ainda nos vamos fartar de rir, com eles a contarem os "ataques irados" das mães. Beijos a esses bebés lindos. Titi

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