quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

UMA FLORESTA NUMA CAIXA

Não tenho conseguido escrever muito frequentemente, mas tenho tentado trabalhar nas sestas do R e não são assim tão longas, por isso tenho de aproveitá-las. Agora, estou com os dois, M e R, em casa a gozar as férias de Natal. Namoramos, passeamos, visitamos amigos e recebemos visitas... é mais ou menos assim que passamos os dias. Vi num livro uma ideia que achei muito engraçada para fazer com eles, e como receberam utensílios para a horta no Natal, foi uma boa maneira de os experimentar. Então, a ideia é fazer uma floresta ou uma horta numa caixa de madeira, daquelas da mercearia. Põe-se terra e depois é só imaginar o que se quiser. Podem-se pôr árvores, lagos, riachos, pedras mágicas, duendes, fadas e um sem fim de coisas. Nós ainda só pusémos a terra e já lá vão dois dias, mas eu estou ansiosa por fazer este nosso projecto... mas acho sinceramente que sou a que estou mais excitada com a brincadeira...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O meu coração diz que não

Hoje a minha querida M chegou à mesa para jantar e eu senti que ela estava entre o excitada e o gozona, com vontade de testar limites... tentei fingir que não via, para a coisa fluir, mas o rabo sempre de fora da cadeira, as brincadeiras para evitar comer, o pai a começar a ferver... mas conseguiu-se chegar ao fim do jantar sem explosões. Depois, vestir o pijama, escorregadia, a dizer que não, mas sempre dengosa e a rir-se, um bocadinho provocadora. Estava gira, é verdade, mas depois de um bocado, quando se quer agilizar a coisa, começa a irritar. O T desiste e eu, a dar mamas, avanço mais um bocadito. Uma história a mãe, uma história o pai. Está quase pronta, só falta mais uma parte: lavar os dentes e xi-xi. Faz-se pesada, mas lá vai com o pai enquanto deito o R. Chego lá e vejo que aquilo não está fácil. Fujo. Encontram-me na cozinha. Não quer lavar os dentes, é com a mamã... mas  não aceitei: -"desculpa, mas não, vais lavar os dentes com o pai". Ela ri-se e agarra-se às minhas pernas divertida, mas eu já não estou divertida e estou a perder o humor. Não quero conversas, mas ela insiste. Começa a fazer barulho, o mano dorme. Pego-a ao colo até à casa-de-banho num impulso daqueles, sento-a no chão à minha frente, agarro-lhe na carinha com firmeza para ela olhar para mim e digo-lhe, furiosa, que ela vai parar com aquilo. Ela fica a chorar e lava os dentes com o pai. Vou lá ter, já cheia de remorsos, claro, pois sei que fui bruta. Agarra-se a mim e fazemos as pazes. Dizemos-lhe que não gostamos que ela faça isso. Ela diz que não faz mais. Digo-lhe que não gosto de ser assim bruta com ela. Vamos para a caminha. Ela diz que a magoei quando lhe agarrei a cara, "que a apertei". Peço-lhe desculpa se a magoei, mas digo-lhe que acho que não a magoei (pelo menos por fora...). Agarramo-nos como sempre, mas o meu coração está pequenino. Dá-me um beijinho, peço eu. Estou a dormir, diz ela. Está bem, já percebi... digo-lhe que a adoro e dou-lhe beijinhos. Fico a vê-la adormecer... tão rápida. Sei que às vezes temos de ser firmes, mas há uma linha tão ténue entre a firmeza e a brusquidão. O T diz: "tem de ser", mas assim, desta forma, o meu coração acha que não...

"O Comedouro" ou "tudo o que não se deve fazer na alimentação dos seus filhos"

Os meus filhos são lindos, fofinhos e deliciosos, não podiam ser mais, mas claro, não podiam ser perfeitos. Então, quer  um, quer outro não foram ou são bebés fáceis de alimentar. Com as mamocas é tudo ouro sobre azul, mas quando se passa para a colher é que o caldo azeda. Com a M eu estava super entusiamada, achava que devia ser espectacular dar de comer, o que rapidamente descobri não ser verdade. A minha fofinha não gostou da mudança e eu tentei fazer tudo, mais ou menos (porque não me é muito natural), "by de book", respeitando a introdução dos alimentos (mais ou menos) e nos tempos previstos. Ela não gostava, mas eu achava que ela tinha de comer, então, com muito amor, carinho e paciência empurrava-lhe gentilmente as colheradas para dentro da boca. Ou seja, obrigava-a a comer até ela ficar chateada. Até ao dia em que ela percebeu que podia cuspir e desde esse dia deixou de funcionar e passei a ter de aceitar o que ela comia. Não me orgulho de ter insistido, mas como eu acreditava que era o melhor para ela, fazia-o. Felizmente agora, a M come de tudo e bem (não sou nada exigente em quantidades!), mas fez greve à sopa durante um largo período e aos dois anos recomeçou a comê-la. Com o R quis fazer tudo melhor. Já não tinha a certeza quanto aos benefícios de "obrigar" a comer, por isso, não queria ir por esse caminho. Mesmo que eu quisesse, acho que ele não me ía deixar, pois é um poço de sensibilidade (tal como a M era e é, mas neste assunto acho que ele leva mais a peito). Confesso que por duas vezes ele estava a chorar de boca aberta e eu enfiei umas colheradas para ver se pegava... ele cuspiu tudo, sujou-se todo e, o pior, ficou muito sentido comigo. Mas desta vez, com o R, eu tinha lido algures que o leite materno, até um ano de idade, é o principal alimento, então estive muito relaxada... e preguiçosa. Pois se não havia sopa, dava mama, se havia visitas e confusão, dava mama, se íamos à rua, mama dava, e por aí adiante. Quando estava quase a chegar ao ano senti-me um bocadito tensa, pois ía a Lisboa ver a família ("tão pequenino que ele está?"; "parece um passarito", "o que é que o médico disse?") e também ía à consulta de um ano (não tem percentil de peso!). Então comecei a fazer um esforço enorme, tentando dar menos mama e sendo menos preguiçosa na preparação dos alimentos. Resultado: o R ficava muito irritado e a comida não era comida à mesma, eu ficava angustiada e triste e claro que acabava sempre por dar mama. Passado este período de tensão e com as sábias palavras da minha querida doula na cabeça (palavras essas que ecoavam no meu coração), voltei a relaxar, dando-lhe maminha sempre que quer, mas esforcei-me e esforço-me todos os dias para lhe dar de comer. É difícil, mas acho que cada vez mais ele vai gostando, só que sempre em quantidades de passarinho. E falando em pássaros e visto que ele não aguenta muito tempo sentado, arranjei um novo método não recomendado nos livros de pediatria, de certeza: o comedouro. O R e a M gostam de andar à volta da mesa quando acabam, por isso, quando o R passa pelo comedouro (uma espécie de prateleira que há ao nível dos olhos dele, quando ele está em pé) vai lá buscar uma migalhita do jantar e segue caminho... e é assim! Há que ser criativo...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um novo membro na família

Não é um ser vivo mas também tem de ser alimentada, com gasóleo e cuidados. É a nossa amêndoa. Tanto a desejámos e finalmente conseguimos comprar (para depois vendermos um dos carros, pois a “amêndoa” passou a ser o meu novo carro do dia-a-dia). É uma carrinha ford transit bonita, velhinha (de 89), tem umas ferrugenzitas, mais umas coisitas pequenas com um aspecto gasto, mas nós estamos radiantes, pois dá para dormirmos lá dentro em frente à praia, como sempre sonhámos. E já foi estreada (há quinze dias, mas eu levo tempo a escrever...) graças ao atraso do Outono! Eu e os garotos acordámos bem cedinho e antes das 8 já passeávamos pela praia. O mar estava maravilhoso. Depois regressámos à amêndoa para acordar o pai e pequeno-almoçar e voltámos à praia para uns últimos mergulhos. Adivinham-se umas belas férias para o ano na nossa querida amêndoa. E é um óptimo carro do dia-a-dia. Adoro conduzir lá em cima e poder andar lá dentro. É um carro perfeito para poder levar crianças, pois posso ir ter com eles, podemos andar, vestirmo-nos, preparar-nos e só quando já está tudo é que vimos cá para fora.
Agora o Outono já chegou, estabeleceu-se. Por cá choveu muito nesta noite, mas é tão bom acordar com este cheiro a terra molhada...

Só faltou o Tony!

O R fez um ano e fomos a Lisboa e fizemos um mega pic-nic no Monsanto… só faltou mesmo o Tony! Foi muita gente, houve muita comida e no final senti que falei pouco com toda a gente e que não comi nada de jeito, mas andei quase sempre de mão dada com o meu pequeno que me levava nas suas explorações. A minha M também esteve feliz a brincar com muitos amigos e familiares, só quis colinho da mãe um bocado quando esteve cansada, de resto não me ligou quase nadinha. O T quase não o vi. Mas gostámos de ver tantos amigos juntos e as pouquinhas conversas que tivemos souberam-nos bem, tínhamos saudades! O R esteve na maior, sempre a querer andar pela minha mão (aprendeu a andar sozinho uma semana antes de fazer um ano, mas em terrenos difíceis não dispensa a mãozinha), a agarrar aqui, a mexer ali, mais umas mamocas, uns  colinhos, uns beijinhos, dormir nem por isso pois era a sua festa! Viva o R! Viva!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nós e os bichos

Chegámos cá e eramos 4. Pouco tempo depois a tartaruga do meu querido R (sobrinho) veio para cá viver (a spider-turtle ou patareca) e passámos a 5. Depois apareceu uma cadela. Demos-lhe de comer, não nos largou, adora os miúdos... eu fiquei logo convencida, o T nem por isso, mas acabou por se envolver e adoptámo-la, é a Flor, e ficámos 6. Depois comprámos dois pintos (fêmeas), para um dia virem a pôr ovos, que são a Livro e a Copo, e ficámos 8. Agora temos de dar de comer a todos, mas os bichos comem muito mais rápido que os meus bebés, é muito mais fácil! Todos têm uma casa na rua. A turtle foi para um tanque e a casa do livro e da copo e a casa da Flor foram feitas pelo pai, com o apoio, ajuda e design (palpites) de toda a família, claro! Só passaram 4 meses, se continuamos a crescer a este ritmo...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Queria ser mosca...

... para ver o que se passa numa escola enorme, cheia de alunos e professores, onde entreguei pela primeira vez o meu R. esta manhã e onde o irei entregar (previsivelmente) nos próximos anos. Não, não é a 1ª classe, é pior do que isso: é o 5º ano, é uma escola nova, são muitas disciplinas, muitos livros, muitos cadernos, é tudo novo. Mas ele lá foi, cheio de energia e vontade. Está tão crescido, o meu filhote. Já não posso ir ver a sala onde ele está, em que sítio se senta, como é a sua relação com os professores, com os auxiliares, com os colegas... acho que estou com a nostalgia do 1º ciclo...

Mas entre as muitas coisas que farei mal, porque não consigo ser uma super mãe, tenho muitas vezes sinais de que, mesmo assim, nem tudo me sai assim tão mal: antes das férias de Verão combinei com o R. que este ano lectivo tiraríamos a televisão do quarto dele. Ele sugeriu que apenas desligássemos os cabos, para não estragar a decoração do quarto (ficava o buraco livre...) e eu aceitei. Ontem à noite, antes de ir para a cama, o R. foi, por sua iniciativa, desligar os cabos da televisão, já que hoje era o 1º dia de aulas. Fiquei orgulhosa do meu filho. É tão lindo!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A M e a escola

Finalmente começou a escola da M. Digo “finalmente” não por estar desejosa, muito pelo contrário, tenho adorado estar com eles os dois juntos, mas sim porque começa uma nova fase. A M está radiante por poder brincar com meninos e porque se sente mais integrada, acho eu, e eu sinto o mesmo, começo a sentir que faço parte de uma coisa exterior à minha casa e que me liga mais com a comunidade.
No primeiro dia fomos os três: eu, a M e o R (o T teve que ficar a trabalhar) e estivemos lá de manhã, almoçámos e viemos embora. Os pais devem ajudar em diversas tarefas e os filhos ou ficam a ajudar-nos ou vão brincar. Assim os pais aproveitam para se conhecerem um bocadinho e os filhos também e enquanto trabalham começam a sentir-se parte daquele espaço. Ao saber onde se guarda a vassoura, sinto-me mais parte da casa.
Hoje, foi o primeiro dia em que a M ficou lá sem nós. Ficámos lá cerca de três quartos de hora com ela e viemos embora. Ela ficou na boa a cortar cenouras para a sopa e a ralar amêndoa para fazerem um bolo no forno de brincar. Como foi o primeiro dia, combinámos ir buscá-la mais cedo e encontrei-a a brincar na areia, a fazer um bolo com um amiguinho novo. Ela ainda não sabe os nomes e eu também não, mas não precisam disso para brincar. Estava contente e ficou feliz de me ver, mas amanhã só quer ir embora quando for a sua amiga M e assim será, antes da sesta. Chegou a casa toda satisfeita e espevitada, acho que está mesmo contente de ver outras pessoas. Aqui ainda não temos mais amigos de que um casal e respectiva filha (que são maravilhosos), por isso a M tem visto sobretudo as visitas que vão e vêm. Acho que lhe está a saber bem ter a possibilidade de fazer novos amigos e de brincar, que é o que ela mais gosta de fazer.
Ontem tivemos a reunião da escola. A M ficou com os nossos amigos daqui e com a sua amiga M (ficou óptima, quando cheguei chorou porque tinha sido muito pouquinho tempo… quase quatro hotras!!!!). O R foi connosco e animou a reunião com a sua linda cara. Com um sonoro pum e com as suas gracinhas naturais. Falaram-se de coisas importantes. A que mais me marcou, e que por isso aqui escrevo, foi sobre o brincar. Como as crianças ao brincarem livremente exploram o mundo, a sua imaginação e criatividade. E que os adultos estão lá somente para apoiar, não para condicionar a brincadeira, e que ao interrompermos o que estão a fazer com aquelas perguntas “o que estás a fazer?” quebramos este estar, pois elas não sabem para onde vão, estão somente a viver o momento presente. Essa interrupção deixa-as normalmente irritadas porque saem desse momento de concentração onde estavam mergulhadas.
Enfim… estou satisfeita. E para além do mais são todos muito queridos e fazem-nos sentir muito bem recebidos. E o melhor é que… a M está muito feliz! Viva!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dedicado a ti, meu querido R.


O pequeno R tem quase onze meses (faltam quarenta minutos). É muito bonito, pequenino e magrinho. É um pisco a comer. Mama quando tem fome, sono, quando se aleija, quando lhe apetece. Tem o 8º dente a nascer. Anda em pé agarrado a tudo. Não gosta de cair. Gatinha de uma forma muito engraçada, com um pé debaixo do rabo e o outro a pisar o chão. Há cerca de uma semana começou a gatinhar normalmente, mas ainda usa os dois estilos. Já deu passinhos sozinho. Fica em pé sem estar agarrado, apanha objectos do chão e levanta-se. Às vezes cai. Fica feliz, feliz por andar. Gosta de me ter por perto para lhe dar a mão. Adora cócegas e andar nu. É meigo, dá beijinhos ao longe e ri-se. Não lhe ensinei nada porque nunca tive jeito para ensinar gracinhas, por isso estas graças são todas suas. Quando se assusta chora todo junto, com a alma. Facilmente lhe aparecem umas lágrimas cheias, grossas. Tem um sorriso lindo e uma voz grossa, como a mana. Fala muitos dadas e tatas e quando não gosta refila nesta língua. Diz mamã, papá, nana (mana) e ouá (olá). É um amor. Estou apaixonadíssima. Quando engravidei dele tive muito medo de não o amar como amava a M, parecia-me difícil amar assim tanto mais alguém. Mas é tão fácil. Que bom!

Entre visitas

Anda realmente complicado escrever. Agora estou na sesta dos meus bebés e entre visitas, por isso apresso-me a escrever, porque se não aproveito, só para a semana. E tanto para contar… começo pelas… "férias das férias".
Eu e os meus dois rebentos abalámos do sul, sem o pai, que teve que ficar a trabalhar, e fomos para o Norte, trás-os-montes, para a terra da minha avó e da minha mãe. Para tal, fizemos uma pausa de uma noite na casa da titi e aproveitámos para ver amigos de Lisboa (encontrámo-nos na Gulbenkian. Não foi muito combinado, por isso adorei, parecia a minha festa de anos) e depois fomos todos juntos (nós, os titios e os primos) para a “terra”. A viagem Lisboa-Peleias pareceu uma odisseia. Saímos tardíssimo, porque da casa da minha mana sai-se sempre tarde, e depois as pausas para o R e a M arejarem. A M já se aguenta muito bem, mas o R não gosta nada. Então, quando ele se chateia faço uma pausa de pelo menos uma hora e meia para comer, brincar, esquecer o carro e depois retoma-se a viagem. Claro que isto para mim não é difícil, vou ao ritmo deles e já está. Fico aflita quando o R chora muito e não posso parar. Quando dormem acelero. Mas a família dos tios e primos apanha uma grande seca. Mas chegámos, por volta das duas da manhã, até já me doía a cabeça de ir tão concentrada a conduzir à noite naquela estrada-serpente interminável.
Estivémos uns dias em que nos banhámos no rio, em que a M e o R aproveitaram os miminhos dos primos e dos tios e em que eu também pude aproveitar os meus queridos sobrinhos. Depois eu e os meus filhotes fomos para o Andanças, onde nos íamos encontrar com a grande amiga da M, a A e respectiva família. Mas… quando estamos mesmo a chegar, recebemos a notícia de que a carrinha deles avariou e que não sabem quando, ou mesmo se, vão conseguir chegar. A M aguentou-se bem à notícia. Estavam os dois contentes, o R e a M, de estarmos ali os três a relaxar, naquele ambiente salpicado de músicos e pessoas a pastar na relva.
Montámos a nossa tenda, passeámos, jantámos e dormimos os três. Foi na tenda à noite, antes de dormir, que tive uma zanga com a M, que foi o único ponto baixo desta aventura a três. Ela estava um bocadito provocadora, não me dava a lanterna, e o R já dormia. Eu, apesar de querer estar forte e calma, estava um bocadinho ansiosa com a nossa primeira dormida na tenda com o pequeno R e sem o pai. De repente, quando olho para ela, está em cima do mano (que dormia sem reparar). Senti aquela violência que de vez em quando dispara no meu interior, peguei nela e pu-la no outro lado da tenda e comecei a ralhar. Passou. A seguir olho (porque estava escuro como o breu e só de vez em quando, com o frontal, é que conseguia ver o que se passava na tenda) e está novamente em cima dele. Eu não queria acreditar, senti a ira a chegar outra vez, peguei nela, quase que voou, enfiei-a dentro do saco-cama, dei-lhe uma seca furiosa e susurrante (para não acordar o R) sobre como confiava nela e que assim já não o podia fazer mais, como é que ela era capaz de fazer uma coisa destas, que eu estavamuito zangada, etc. Por dentro estava a ferver. Deitei-me com fúria e apaguei a luz. A M não disse nada em todo o meu discurso, até parecia estar com vontade de rir. Menos de cinco segundos passaram e agarrei-a, acendi a luz e consegui conversar com ela sem interferência dos nervos. Ela disse que não tinha visto o mano, mas disse-o a rir, por isso,  nunca terei a certeza, mas preferi acreditar nela. Pedi-lhe desculpa por ter ficado tão doida e ela pediu-me desculpa também. Abraçámo-nos e beijámo-nos. Demorei a adormecer, mas acabei por conseguir. O pequeno R acordou a meio da noite e chorou intensamente, como poucas vezes fez desde que é mais crescido. Não queria mama, não queria nada. Saí da tenda e ele acalmou-se imediatamente. Acho que era o fantasma da minha agressividade interior que por ali andava. Depois deve ter fugido, porque dormimos bem o resto da noite. No dia seguinte, depois de brincar, falar com pessoas e saber que a A já não viria, regressámos a Lisboa onde voltámos a dormir na titi e no dia seguinte voltámos para o sul e ao pai que morria de saudades. Adorei esta aventura a três, excepto o momento da ira na tenda, pois não gosto de senti-la, sobretudo com os meus bebés. Desde que o R nasceu já aconteceu algumas vezes com a M, em situações em que o quis proteger. Parece o instinto de uma leoa a proteger a cria. Mas a minha cria mais velha também quer protecção, por isso não gosto que ela sinta esta minha fúria. Mas é assim, faz parte de mim. Felizmente não aparece muitas vezes… No outro dia, estava em ponto de rebuçado porque estavam os dois a chorar muito alto e ao mesmo tempo. Tentei cantar para afastar a ira, mas não resultou. Comecei a refilar, mas não queria fazê-lo por isso disse-lhes aos dois que ía ao quarto para não me zangar. Cheguei lá, mandei com raiva os chinelos contra a parede e dei um grito. Apetecia-me abrir a janela e correr pelo campo, mas o amor que lhes tenho é um íman e voltei para junto deles. Ainda refilei um bocadito, mas consegui acalmá-los a eles e a mim. E aqui fica registado o meu mau feitio, para aqueles que acham que eu sou um poço de paciência com os meus filhos.  Também comigo ela se esgota e fico uma chata. Mas depois vem a bonança e o poço volta a encher e é só amor e abraços. Às vezes pergunto à M: “-Sabes que eu te amo sempre, mesmo quando me zango?”. Ela diz que sim. Ainda bem.
Esta viagem com os dois, fez-me bem, senti-me forte. Eles fazem-me sentir assim, que consigo enfrentar tudo, especialmente o medo, que fica com menos espaço na minha vida. É boa essa sensação. Mas adorei regressar ao lar e ao meu querido T, que tanta falta nos faz a todos.
Obrigada R e M, por serem tão espectaculares e aguentarem estas viagens de carro todas como gente grande, quase sempre felizes e contentes. Adoro-vos.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ressaca

Tenho a casa em pantanas. Os garotos dormem a sesta, apetecia-me dormir com eles e tenho um livro quase a acabar que me está sempre a chamar, mas mesmo assim apeteceu-me blogar para vos falar da ressaca.
Não, ainda não voltei a beber, pois dou de mamar e, pelo andar da coisa se o R quiser, e as minhas mamocas também, mama até aos 18!
Tivémos mais um fim-de-semana em grande com visitas. Mas estas visitas, ou melhor, uma das visistas não é nada mais do que a mais ansiada visita para a M, a sua grande amiga A. Desde que chegámos, todos os dias a minha linda M me perguntava quando é que a A vinha e, quase sempre, acordava da sesta a dizer que tinha saudades da A e choramingava. Escrevia-lhe cartas em que dizia que a amava e que sabia da varicela, primeiro dela e depois da irmã, que a vida era assim, mas que ela tinha muitas saudades. Eram cartas de vir as lágrimas aos olhos. Cantava músicas inventadas em que o tema principal era a varicela. E finalmente, com a casa enfeitada de bandeirolas e balões, ela chegou, maravilhosa e linda para aquecer o coração, que queria saltar do peito, da sua grande amiga M, que tinha os olhos a brilhar de felicidade. E tiveram 4 dias de amor e brincadeira. Foram óptimos, não só para a M, mas para nós que adoramos a A e a sua família. O R também estava contente com a animação das garotas crescidas e com a nova amiga O, que está linda, linda... Por falar nele, acabou de acordar... continuo mais tarde...
Já cá estou, entretanto o T chegou e está com eles. Continuando...
A M seguiu a A para todo o lado, quis brincar com ela a full-time. Quando a A parava um pouco para pensar, a M perguntava: "-Porque é que ela não fala? O que é que ela tem? Quero brincar?". Às vezes guerreavam "eu sou primeira", "eu é que faço", etc, mas logo voltavam a ser amigas. A M estava toda absorvida pela A e quando os planos lhe corriam mal ficava frustrada e chorava, mas logo a seguir já ria, parecia que estava descontrolada de amor... e acho que estava. Quando se foram embora a M estava contente, mas nunca de barriga cheia "gostava que ela tivesse ficado mais dias". E a A, por seu lado, disse à sua mãe: "- O que eu mais gostei destes dia foi a M". São muito diferentes, personalidades, ritmos, mas adoram-se e querem casar uma com a outra. Quando a poeira da agitação baixou o meu pacientómetro estava um pouco alterado. Não houve grandes birras, mas constantes mini-fitas, resolvidas rapidamente, mas que cansavam um pouco. No final, os grandes já reviravam os olhos nesses momentos. A M cá ficou no seu monte sem a amiga. Na ressaca do primeiro dia ainda estava com horas de sono por dormir e um pouco alterada, mas passadas 24 horas voltou a nós. Já tínhamos saudades. Até o mano deve ter sentido que a mana estava noutra. Nessas 24 horas a mãe esteve refilona, também ela de ressaca e um pouco angustiada por ver os amigos partir e cansada de briguinhas. Qualquer fitinha que surgia eram uns nervos que me invadiam. Mas as 24 horas passaram e eu recuperei e voltei a mim e a eles. E assim passou-nos a ressaca e voltámos à nossa vida de campo: brincadeiras, pic-nics, miminhos e vento, muito vento!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

SEMANA EM CHEIO

Pois é, pensava eu que as semanas no campo não seriam repletas de acontecimentos, mas estava muito enganada, até porque tudo é um acontecimento!  Fizémos de tudo. Fomos à praia de manhã pela primeira vez os três sozinhos. Já tínhamos ido ao fim do dia e o pai T depois juntava-se a nós, mas como era o primeiro dia do Verão, lá fomos nós. Chegámos perto das 10, nunca conseguimos despacharmo-nos muito rápido, o R não fez o seu sono matinal porque quando o deitei ela acordou, depois o creme protector acabou, estava um calor daqueles, lá brincámos e chapinhámos nas poças com água quentinha, isso foi bom. Depois tentámos almoçar, tinha levado almoço para a M, para depois irmos embora e dormirem a sesta. A comida quase sempre a rebolar, o R com sono, a M sempre em movimento, a areia por todo lado e eu fiquei refilona. Adormecemos o mano num passeio pela praia em que a M foi ver as gaivotas (barcos). Queria andar… só se eu fosse maluca, são precisos dois para pedalar filha! Fica para a próxima. Isto mais um chapéu que deixa queimar e que voa sempre que sopra uma brisa e os meus remorsos da hora, do sol, do mal que faz e pensei… nunca mais me apanham aqui a esta hora com os dois sem o T. Praia a 3, só no fim do dia! Ainda assim, correu muito bem porque tenho uns filhos maravilhosos, mas fiquei mãe refilona e não gosto. Quando saímos da praia, eu com a mochila, chapéu e R no pano e a M pela mão, num braseiro insuportável das 14 horas, longe do carro, disse à M:- “filha hoje estive chata não estive?”. Ao que ela respondeu: -“ sim, estiveste chata!”. “Porquê?”, perguntei eu. “Não me lembro”, disse ela e rimo-nos, ainda bem!
Noutro dia fomos a uma quinta, no carro atrás das nossas únicas amigas daqui, a A e a sua filha M. Fomos comprar um cabaz de legumes e frutas biológicos. Põe o que há, que depende sempre, e depois custa 7 euros e meio. Vê-se as senhoras a apanhar tudo na hora, ainda se dá dois dedos de conversa com a proprietária que é muito engraçada e luminosa  e que deixou a vida de contabilista para se dedicar a esta nova ocupação. A quinta é bonita, tem porcos, as garotas gostam de os ver e de correr por lá, pois tem os corredores grandes por entre as áreas cultivadas. No final regressa-se a casa com um cheiro maravilhoso no carro. Os morangos e o tomate cereja, uma delícia! Claro que, como a A teve de ir trabalhar, nós saímos da quinta sozinhos e perdemo-nos pelo menos 3 vezes. O meu R estava farto e chorava, parámos duas vezes para o consolar e depois tivémos uma ideia: colocámos o R na cadeira da M e a M no ovo do R, para ver se o R gostava. Ao início o R achou graça e a M adorou! Parecia a Alice do País das Maravilhas, gigante dentro da casinha. Mas quando chegámos a casa o R já não estava nada contente outra vez, por isso, não vamos adoptar a modalidade... mas ainda nos rimos.
E mais um acontecimento: fomos os quatro a um concerto meditativo nativo à noite. Não sabia ao que ía. Conheço a rapariga que faz os concertos (com o marido que é índio) e gostava de a ver, os vizinhos íam e depois apetecia-me fazer qualquer coisa diferente. O T não estava nada virado para a coisa, mas para me ver contente lá foi. Era na Carrapateira, numa quinta toda fina e espectacular. Vimos pessoas e conversámos um bocadinho e começou. Era numa tenda maravilhosa, tudo às escuras. As pessoas podiam sentar-se ou deitar-se. Começou. Havia sons, ora de penas, ora de búzios, ora de conchas, ora cânticos, ora flauta e uma espécie de cavaquinho. A M esteve o início todo a perguntar: "- Então, quando é que começa?"e o T olhou para mim com aquele ar "mas porque é que temos de vitr a estas coisas?" e começamo-nos a rir. O R mamou, sorriu,. arrotou, as pessoas que ouviram riram-se, brincou um bocadinho, mamou e adormeceu. A M desistiu de esperar que desse para dançar e adormeceu. Eram as únicas crianças. Foram tão lindos. Depois deitei-me no chão, com o R a dormir em cima de mim e a fazer festinhas na M  e fechei os olhos e fiz uma bela viagem. Imaginei umas montanhas na América do Sul e um homem que passeava pelas suas silhuetas. Eu gostei de ir. E, bem no fundo, o T também!
E no fim da semana fiz 34 anos e tive visitas. Passsei o dia a chapinhar na piscina de plástico, a brincar e a conversar. À noite jantámos fora e ainda passámos no bailarico que estava muito animado, Mas a M estava com sono e só bailei um bocadito, se não... ninguém me parava!
E assim se passou uma semana em cheio.  

HISTÓRIA DO DIA

Era uma vez a M e a mãe. Estavam as duas a fazer papas de terra. Vá-se lá saber qual das duas gosta mais desta brincadeira! De repente, viram um bicho-da-conta. “Está morrido”, disse a M, e de facto parecia, “Dá-me pena!”. A mãe perguntou se ela o queria enterrar, mas ela decidiu que iria colocá-lo num buraco na parede, numa espécie de casinha. Quando está a fazê-lo, ele cai ao chão e começa a mexer-se. “Afinal está vivo!” e começam a rir-se. Imagina só se o tivéssemos enterrado e o pobre bicho acordasse e quando se desse conta do que tinha acontecido dissesse: -“olha-me aquelas malucas, enterraram-me vivo!”. E a M ri-se à gargalhada a imaginar o pensamento do bicho. E depois isto vira história: -“oh mãe, conta outra vez!”… e assim foi a história do dia.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Life in a Day



Porque é bom viver vale a pena ver.

SESTAS

06/06 SESTA 1
Finalmente, depois de tanto tempo volto a escrever. Esta época de mudança não deu muito tempo de sobra para me dedicar ao blog. Isso, mais uma internet muito lenta, mais uma grande falta de paciência no que toca a estas tecnologias, aqui está o resultado…
Mas agora estou a conseguir e aproveito. Os meus lindos bebés estão a fazer a sesta… mas não deve ser por muito tempo, por isso terei que ser breve… não estranhem se o final for abrupto!
Já estamos instalados no campo. A casa é muito bonita, a zona é óptima, o sossego também e os cheiros nem se fala. Já temos a horta e já plantámos várias coisas. As plantas das courgetes e os tomateiros já estão à vista e como a horta é comunitária e os nossos vizinhos começaram antes, já há alfaces e nabiças. Também há lucia-lima (a M adora), chá principe e oregãos. Há óptimas praias na zona e por enquanto  (interrupção, acabou a sesta)…
15/06 SESTA 2
Os meus rebentos estão de novo a fazer a sesta. Nesta semana, que entretanto passou, tivemos muitas visitas, casa cheia todos os dias, mas soube muito bem. Ontem o sossego regressou ao Monte e também soube bem. A M pergunta: “Quem é que vem cá hoje?” e eu digo que ninguém e ela tem pena: “oh”. Mas têm andado muito bem dispostos. Na mudança, que foi uma grande estafa, sentiram-se os dois, especialmente a M, pois estávamos com muito pouco tempo para ela e também porque tudo mudou. Houve uma semana com uma série de birras e a pôr-nos a prova- “não quero, não faço!”-  e que estávamos com os nervos em franja! Felizmente acalmou. De vez em quando surge uma daquelas birras grandes, em que eu e o T discordamos dos métodos de cada um, tentamos estratégias para acabar com aquilo, nada resulta, começamos a discutir, ficamos nervosos e o pequeno R ou ri com aqueles olhos maravilhosos quando falamos um pouco mais alto (ele acha graça) ou chora quando vê a mana a chorar. Ainda bem que acontece muito de vez em quando. No fim damo-nos todos muitos mimos parar sarar as feridas. Acho que damos demasiada importância à situação, por isso é que, às vezes, demora mais tempo a terminar.
Com tantas visitas, ainda não tive muitos dias só com os meus fofinhos, mas os que tivemos têm sido óptimos. Eles adoram-se e os ritmos de cada um já se vão aproximando, por exemplo, dormem o mesmo tempo à noite (quase) e coincidem na sesta muitas vezes. Claro que o R faz mais uma ou duas sestas.
 O R já tem mais um dentinho e estão a nascer mais dois ao mesmo tempo, ou seja, dentro em breve terá 5 dentes! Ele já fez 8 meses e ela já fez 3 anos e 5 meses. Ele quer pôr-se em pé (eu tento evitar) e zanga-se de barriga para baixo. Rasteja com a cara encostada ao chão e sobe o rabo, mas tenta levantar os joelhos do chão e faz um V com rabo no ar. É risonho, muito simpático e fala imenso: “mamamamama, papapapapa, tatatatata, dadadada”. É muito querido e é lindo de mais. Já come umas frutinhas, umas sopinhas, trica uns pães, umas cenouras, prova umas papas (daquelas bio sem açucar, porque a mãe é muito chata) e vai comendo, nada de especial, mas come. Adora banana! Adora tomar banho! E adora as minhas mamocas e o colinho da mãe!!!
A M está uma índia morenaça linda, linda! Anda muito fofinha, muito agarrada às minhas saias, o pai chama-lhe “índia cherorrabo” (antes era cheroqui, agora tem este novo nome…). Adora estar em casa com o mano, gosta de saltar na relva, fazer bolos para comer farinha, ouvir histórias sem parar (de quando nós éramos pequeninos ou outras quaisquer). Faz papas de terra, e fala como se não houvesse amanhã, connosco, sozinha, palavras que conhecemos e outras completamente inventadas. Muitas vezes tem amigos invisíveis- “estou a brincar com a alice, ela é invisível” e fala com eles. Está muito querida, fofinha, meiguinha e risonha. Adora a praia, mas a água tem de estar quentinha e não a salpiquem que a minha fininha fica logo encolhida e diz “ai”.
O T descobriu os prazeres da horta e está apaixonado. Antes horta que outra, ainda por cima esta dá comidinha boa! Eu também gosto dela, mas é a menina dos olhos dele.
Eu estou feliz. Sou doméstica. Tenho muitas tarefas de casa. Algumas faço, outras não. Mas esforço-me por conseguir ter a casa mais ou menos em ordem (não sou muito exigente neste campo) e ontem cozinhei umas panquecas de courgete com requeijão que estavam uma maravilha! Não sei se me vou cansar, mas por enquanto estou muito bem, a aproveitar os meus bebés e o meu crescido (em pós-laboral e na medida do possível).
E já está! Agora estou no campo!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Top 10 de alternativas ao leite de vaca...

"High in fat and with a carbon footprint to match, cow’s milk is neither the greenest or healthiest milk available. So what are the alternatives? Here are 10 of the best." Ver mais aqui

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Viva as férias da Pascoa!!?? HELP!

Ou melhor como ser mãe/dona-de-casa/cozinheira/amante/pseudo-agricultora/motorista/palhaça/trabalhadora-independente-em-casa e mais mil coisas que agora não me lembro, e sobreviver às férias dos nossos filhos.
Preciso de ideias simples que ajudem e que possam ser partilhadas por mães a viverem a mesma situação. HELP!

1ª Ajuda no 1º Dia de férias:

Offers a revolutionary approach to childcare, based on the idea of D H Lawrence and others that the best thing we can do for children is to leave them alone. To do so we need to stop worrying and start nurturing the natural instincts towards creativity and independence in every child. This guide is suitable for those grappling with parenthood.

In "The Idle Parent" Tom Hodgkinson provides a revolutionary and wholly sensible approach to childcare, based on the idea of D.H. Lawrence and many others that the best thing we can do for children is to leave them alone. Of course, this doesn't mean that we should completely neglect them, but rather that we should provide them with the space and time to grow up self-reliant, confident, happy and free. To do so we need to stop worrying and start nurturing the natural instincts towards creativity and independence in every child. And in so doing we will find ourselves becoming happier and better parents. This is the perfect guide for anyone grappling with parenthood and wondering why the existing manuals are so dispiriting.

Confirma-se: rumamos para o sul

Sim! Afinal a vida trocou-nos as voltas e começou a empurrar-nos para onde queríamos ir, para o Algarve. E agora não há nada a fazer. As condições estão reunidas. Vamos viver para a zona de Lagos, no campo, claro! Ainda não temos casa, mas a partir de 1 de Maio já temos de ter encontrado, por isso... a busca está muito activa. Estou contente. Hoje avisei na escola da M que íamos embora. Deu aquele aperto típico das despedidas. E começo realmente a perceber que estou a partir. Estou feliz com esta decisão. Orgulhosa pelo T ser tão corajoso e superar-se a sim mesmo, sim, porque ele é o homem da estabilidade e eu sou o desatino na sua vida, sempre com uma proposta de mudança na ponta da língua. Acho que sou assim porque ele dá o que me faz falta: pés na terra. Agora que se vai concretizar vêm as saudades: dos meus pais, da minha irmã, dos meus amigos, do meu bairro e dos bebés, filhos dos meus amigos, que eu não vou acompanhar tão de perto. E fico triste por sentir que os meus pais ficam tristes, por sentirem que eu fujo e lhes levo os netos... mas acho que vão ficar felizes quando virem que nós somos felizes por lá.
Mas quero concretizar este nosso sonho e não quero passar a vida toda a dizer: "eu gostava tanto...".
E afinal, estou aqui por perto, não vou para o estrangeiro! Por isso, amigos, preparem as malas para nos visitarem, aproveitem o verão!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pedagogia do amor

In: http://www.estudodamente.com/pnl.htmn Pedagogia do Amor " Se eu não me criticar, se eu parar de ficar me questionado sobre o que deveria fazer, como vou melhorar, crescer como pessoa?"

Para responder esta pergunta, analisaremos o que acontece com as crianças. A cada vez que se diz a uma criança: "Você não deveria (fazer ou sentir algo), é como se lhe fosse dito: "Se você for você mesma, ninguém vai gostar de você, pois você é muito má. Mas se você se esforçar e for diferente, então poderá encontrar pessoas que gostem de você".
Isto é uma violência contra a criança, talvez comparável a um assassinato. Está-se dizendo à ela para eliminar aquele "eu" (que é ela mesma) e construir um novo em cima. E ela seguirá pela vida profundamente infeliz, tentando fabricar um "eu" que agrade às pessoas, ou então assumindo uma identidade que corresponda àquele monstro que um dia disseram que ela era, tornando-se uma pessoa de difícil convivência, ou até mesmo um delinqüente.

Há muitas pessoas que optaram pelo caminho da marginalidade porque não conseguiram construir aquele "eu" que agradaria às pessoas. Talvez ninguém as odeie mais do que elas mesmas. Foi em virtude de muitos DEVERIAS, aos quais elas não conseguiram corresponder, que elas chegaram aonde estão. Elas se sentem tão em débito com esses deverias que é como se imaginassem uma dívida que jamais conseguirão saldar, pois a cada dia ela aumenta - a cada dia elas acrescentam algo que deveriam/não deveriam ter feito. Uma outra maneira de educar as crianças é através do que chamarei de Pedagogia do Amor. E do amor incondicional. Aquele que não espera que o outro mude para começar a amá-lo. Aquele que não diz que a criança deveria ser diferente, mas que valoriza todos os seus sentimentos, comportamentos, iniciativas. Aquele amor que não tem a intenção de ter nenhum tipo de controle sobre a criança, que não quer manipular suas reações e comportamentos e moldá-los de acordo com um padrão, ou de acordo com um objetivo que não foi traçado por ela. Aquele amor que permite que ela simplesmente SEJA ELA MESMA. Que "deixa o rio correr", sem apressá-lo. Que acompanha o fluir livre e leve da criança. Que jamais diz que ela não deveria sentir raiva de alguém, mas que procura compreender seus sentimentos e ensiná-la que quando não se luta contra os mesmos, eles passam por nós bem mais depressa. Deixar o rio correr... Sempre... Ensiná-la a reconhecer que todo comportamento tem uma intenção positiva. Se ela aprender a reconhecer isto em si mesma, terá muito mais facilidade em reconhecê-lo nos outros. Se ela aprender a ser compreensiva e paciente consigo mesma, também o será com as demais pessoas. Se ela está sentindo inveja de alguém, ajudá-la a reconhecer que provavelmente ela tem dentro de si uma parte (um "lado") que acredita que ela também merece ser como aquela pessoa, ou ter o que ela tem, e que não há nada de errado nisso. Se ela está com raiva de alguém que brigou com ela, talvez seja porque possui uma parte que acha que ela merecia ser tratada de uma maneira melhor. E assim por diante.

Não é difícil saber a intenção positiva de nossas partes internas e aprender a valorizá-las. Ajudá-la a confiar em seus sentimentos, sensações, intuições, em seu julgamento interno, em sua voz interior, na "voz do seu coração". Ao invés de ficar lhe dizendo o que deveria fazer, perguntar-lhe : "O que você acha disso?" "O que você sente em relação a isso?" Ajudá-la a formar seus próprios valores incentivando a reflexão, fazendo-lhe perguntas que ajudem-na a confiar em sua sabedoria interna.


Esta é a maior herança que os pais podem deixar aos filhos, já que pais não são eternos. Mas talvez você, leitor, esteja dizendo: "Ótimo, entendi o que você disse em relação às crianças. Mas o que eu faço comigo? Com os meus DEVERIAS?"


Sugiro que você imagine uma criança bem pequena, indefesa, que estivesse sofrendo em virtude dos mesmos DEVERIAS que você, que estivesse passando por dificuldades semelhantes às suas. O que você faria com esta criança? O que você diria a ela? Você diria a ela novos DEVERIAS? Você seria tão severo com ela como provavelmente é consigo? Você a ameaçaria? Você diria a ela algo como: "Se você não emagrecer, eu não levo você à praia"? Acredito que você gostaria de conversar com ela, de tratá-la com carinho, compreensão, talvez de tomá-la nos braços, abraçá-la, confortá-la, dizendo-lhe coisas animadoras. Geralmente, por mais severos que tenham sido nossos pais, a tendência é que sejamos mais severos conosco do que eles o foram, e um pouco mais compreensivos e benevolentes em relação aos filhos. Por este motivo, sugiro que você faça com você o que faria com a criança que citei acima. Releia o texto e empregue as sugestões consigo mesmo. Imagine que dentro de você há uma criança e que você terá de cuidar dela pelo resto de sua vida. Você escolhe: ou você vai ser um repressor que controla, critica, diz DEVERIA a toda hora, ou você vai procurar fazê-la feliz, diverti-la, amá-la.
Só conseguimos amar, entender, aceitar as outras pessoas quando somos capazes de fazer tudo isso conosco. Quem não consegue aceitar o comportamento de alguém, quem não consegue gostar de alguém, certamente descobrirá que não consegue aceitar a si mesmo, talvez até não aceite em si aquele mesmo comportamento que não aceita no outro. É um fato que você poderá constatar: quando paramos de lutar CONTRA nós, contra nossos sentimentos, desejos, quando passamos a ser A FAVOR de nós mesmos, o mundo responde da mesma maneira. A sua vida é o reflexo daquilo que acontece dentro de você. Se você não gosta de si mesmo, se você não se aprova, não se trata com carinho e respeito, não espere que os outros o façam. É o que se chama de AUTO-ESTIMA. Para isso, você poderá começar a aprender a substituir o DEVERIA pelo EU PREFIRO, EU ESCOLHO, EU APRECIO, EU ME PERMITO. "

Artigo publicado no Jornal Tribuna de Indaiá por Nelly Beatriz M. P. Penteado que é Psicóloga e Master Practitioner em Programação Neurolinguística.

Encontrei no grupo educar sem tareia do Facebook

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sabiam que...

De acordo com a UNICEF, cerca de 30% das crianças da Namíbia ainda são amamentadas aos 20-23 meses... Já estou a imaginar o que estão a pensar... "Pois, mas em Portugal as mães trabalham...." Espreitem este vídeo:


Porque temos um bebé a chegar ;)

segunda-feira, 28 de março de 2011

A caminho do campo

Não tenho contribuido tanto para este espaço de que tanto gosto, como de costume, pois tenho andado numa roda viva à procura de poiso. Pois é, a minha família decidiu ir viver para o campo e "cedemos" o nosso apartamento, ou seja, a partir de Maio já não vivemos nesta casa, pela qual tenho tanto carinho pois foi onde eu e o T começámos a nossa vida a dois, onde pela primeira vez desejámos ter filhos, onde a M veio viver com apenas dois dias e onde nasceu o R (nesta sala, numa noite tão boa que nunca vou esquecer!). Mas as memórias vão connosco e eu gosto de aventura, gosto de mudanças, gosto desta sensação de não estar amarrada a nada material que não me deixe voar. E agora podemos voar e podemos escolher outro poiso. A nossa ideia inicial era voar até Tavira, porque eu e o T sempre quisemos ir para lá, sem grande motivo especial para além de nos sentirmos lá muito bem. Mas não é fácil arranjar trabalho por aqulas bandas e sem essa "âncora" não somos corajosos o suficiente para abalarmos. Por isso, estamos na seguinte fase: o que aparecer primeiro agarramos, ou seja, ou descobrimos um trabalho para o T (que é o homem do trabalho fixo cá em casa, eu só a free-lancer...) ou encontramos uma casinha no campo, com terreno para plantar uma couves e para os nossos meninos correrem, por aqui perto de Lisboa (Sintra, Mafra, Palmela, Azeitão, Montijo, Alcochete e sei lá mais onde...). Por isso, se tiverem ideias digam-me, pois tenho de encontrar uma solução! Claro que se tivéssemos uma grande carteira, não faltavam por aí soluções encantadoras... mas não é o caso, por isso, aqui fica o alerta.

Controlar ou Confiar

Às vezes, quando vejo mães a terem problemas com a amamentação tenho uma vontade incontrolável de ajudar, mas tenho sempre muito receio de invadir, de ser mais uma a dar palpites. E quando vejo que as pessoas seguem tudo o que dizem os médicos (cegamente), como se essa fosse a única verdade, sinto que não devo forçar pois não vou mudar esta convicção. Mas fico angustiada porque sei que é tão bom dar de mamar, para todos. Acho sinceramente que um dos maiores problemas relacionado com a amamentação, e com a maternidade de uma forma geral, tem a ver com a necessidade que temos de controlar tudo. Quando amamentamos não sabemos quanto leite damos aos nossos filhos, não controlamos! Quando o recém-nascido chora não sabemos o que fazer para o consolar, não controlamos! Quando só estão bem ao nosso colinho e mal conseguimos ir à casa-de-banho e ainda ouvimos "não o habitues ao colo" ficamos sem saber o que fazer, não controlamos! Quando não querem comer e nós queremos que comam e não conseguimos, não controlamos! Quando crescem e dizem não e nós queremos um sim, ficamos nervosos, não controlamos! Quando nos desafiam não sabemos como reagir, não controlamos! E um sem fim mais de "não controlamos" que nos podem dar uma grande lição de vida, se nós deixarmos. E porque é que o "não controlar" nos afecta tanto? Para mim, é porque não confiamos. Em nós, nos nossos filhos, na natureza... e essa confiança só pode vir de nós, os outros podem apoiar, podem reforçar, mas a origem dela tem de sair de nós, do nosso instinto... e às vezes torna-se tão difícil ouvi-lo, com tanto "ruído" à nossa volta!

terça-feira, 22 de março de 2011

Mitos falsos sobre o aleitamento materno

Por todo o mundo existem ideias, concepções ou certezas acerca da fase da amamentação. Umas apoiam as mães, dignificam-nas na sua ocupação, outras dificultam o desenvolvimento da amamentação ou interrompem precocemente e no final afectam a saúde e o desenvolvimento sadio dos bebés, uma vez que enchem de incertezas as mães. Escolhemos alguns mitos para comentar, de forma a tranquilizar as famílias.



Mito 1: Amamentar frequentemente reduz a produção de leite, produz um reflexo de ejecção débil e o fracasso da amamentação.
Realidade: A quantidade de leite que uma mãe produz chega a seu ponto óptimo quando é permitido à criança sadia mamar tantas vezes quanto necessite. O reflexo de ejecção de leite opera mais fortemente em presença de um bom fornecimento de leite que normalmente ocorre quando se pratica uma amamentação a pedido, isto é, sem impor horários.


Mito 2: Uma mãe necessita amamentar somente de quatro a seis vezes em cada 24 horas para manter uma boa quantidade de leite.
Realidade: Estudos científicos mostram que quando uma mãe amamenta frequentemente desde que a criança nasce, com uma média de 9,9 vezes em cada 24 horas durante os primeiros quinze dias, a sua produção de leite é maior, a criança ganha mais peso e a mãe amamentará por um período mais longo. A produção de leite tem sido demonstrada estar relacionada com a frequência das mamadas. A quantidade de leite começa a diminuir quando as mamadas são pouco frequentes ou restringidas. Não se deve esquecer que muitos bebés recém-nascidos mamam cada hora e meia ou cada duas horas, o que é normal e frequente.


Mito 3: As crianças obtêm todo o leite que necessitam durante os primeiros cinco a dez minutos de mamada.
Realidade: Ainda que muitos bebés maiores possam receber a maior parte de seu leite nos primeiros cinco a dez minutos da mamada, isto não é regra geral a todas as crianças. Os recém-nascidos, que apenas estão a aprender a mamar, nem sempre são eficientes ao peito e geralmente necessitam de muito mais tempo para mamar. Poder mamar também depende do reflexo de descida do leite materno. Ainda que para muitas mães a descida do leite é quase imediata, para outras não. Em algumas mulheres, a descida de leite é escalonada, ocorre várias vezes durante uma só mamada. Em lugar de adivinhar, é melhor permitir que a criança mame até que mostre sinais de satisfação, tais como soltar o mamilo ou ter os braços e as mãos relaxadas.


Mito 4: As mães que amamentam devem espaçar as mamadas para que possam encher as mamas.

Realidade: Cada par mãe/filho é único e diferente. O corpo de uma mãe que amamenta está sempre a produzir leite. As suas mamas funcionam em parte como “depósitos de reserva”, alguns com maior capacidade que outros. Quanto mais vazia está a mama, mais rápido o corpo trabalhará para reabastecê-la. Quanto mais cheia está a mama, mais lenta será a produção de leite. Se uma mãe espera sistematicamente que suas mamas encham antes de amamentar, seu corpo pode receber a mensagem de que está a produzir leite em demasia e, por isso reduz a sua produção.


Mito 5: Na oitava semana de nascimento a criança necessita apenas de seis a oito mamadas; aos três meses requer apenas de cinco a seis mamadas; e aos seis meses, não mais do que quatro a cinco mamadas ao dia.
Realidade: A frequência das mamadas varia de acordo com vários factores: a produção de leite da mãe e sua capacidade de armazenamento (as mães com mamas maiores em geral têm maior capacidade de armazenamento), assim como as necessidades de crescimento da criança. Os dias em que se produzem picos de crescimento (dias de maior frequência) ou a criança está doente, os padrões de mamada dos bebés podem mudar temporariamente. É importante ter em conta que o consumo calórico da criança aumenta ao final da mamada, assim impor limites arbitrários sobre a frequência ou duração das mamadas podem levar a um consumo muito baixo de calorias por parte da criança.

Mito 6: É a quantidade de leite que o bebé consome, que determina quanto tempo uma criança aguenta entre as mamadas, independentemente se é leite materno ou de fórmula.
Realidade: Os bebés amamentados esvaziam o estômago mais rapidamente que os alimentados com biberão: aproximadamente uma hora e meia em vez de até quatro horas. Isto se deve ao tamanho muito menor das moléculas de proteínas que formam parte do leite materno, que são digeridas com maior rapidez. Ainda que a quantidade de leite consumido seja um dos factores que determina a frequência das mamadas, o tipo de leite é de igual importância. Estudos antropológicos dos leites produzidos pelos diversos tipos de mamíferos confirmam que os bebés humanos estão preparados para receber alimento com frequência e que assim tem sido feito através da história.

Mito 7: Nunca desperte o bebé que dorme.
Realidade: Ainda que seja verdade que a maioria dos bebés mostram quando tem fome, é possível que os recém-nascidos não acordem tão frequentemente quanto necessitem, por isso é necessário despertá-los para que mamem pelo menos oito vezes em cada 24 horas. Talvez não acordem por causa dos medicamentos que a mãe recebeu durante o parto, por icterícia, trauma, uso de chupeta, medicamentos maternos ou comportamento introvertido por parte dos bebés quando têm que esperar quando dão sinais de fome. Além do mais, as mães que querem aproveitar a infertilidade natural que produz a amenorreia durante a amamentação comprovam que o regresso da menstruação demora mais quando a criança continua a mamar de noite.

Mito 8: O metabolismo do bebé está desorganizado ao nascer e requer que se imponha uma rotina ou horário para ajudar a resolver esta desorganização.
Realidade: Os bebés nascem programados para mamar, dormir e ter períodos de vigília. Não é um comportamento desorganizado, mas um reflexo das necessidades únicas de cada recém-nascido. Com o decorrer do tempo os bebés adaptam-se gradualmente ao ritmo de vida do seu novo ambiente sem precisar de treino nem ajuda.

Mito 9: As mães que amamentam devem oferecer sempre ambas as mamas em cada mamada.
Realidade: É muito mais importante deixar que o bebé termine de mamar no primeiro lado antes de oferecer o segundo, ainda que isto signifique que recuse o segundo lado durante essa mamada. O último leite (que contém mais calorias) obtém-se gradualmente conforme a mama vai esvaziando. Ocorre que ao trocar-se de lado prematuramente, o bebé mamará apenas o primeiro leite, mais baixo em calorias, em vez de obter o equilíbrio natural entre o primeiro e segundo leite. Como resultado, o bebé não se satisfará e perderá peso, e provavelmente terá cólicas. Apenas durante as primeiras semanas, muitas mães oferecem ambas as mamas em cada mamada para ajudar a estabelecer o fornecimento de leite.

Mito 10: Se um bebé não aumenta bem de peso, é porque o leite de sua mãe é de baixa qualidade.
Realidade: Os estudos mostram que mesmo as mulheres desnutridas são capazes de produzir leite de suficiente qualidade e quantidade para suprir as necessidades de crescimento do bebé. Na maioria dos casos, o pouco peso deve-se ao consumo insuficiente de leite materno devido a horários restritos, a uma inadequada sucção ou a um problema orgânico do bebé.

Mito 11: Quando uma mulher tem pouco leite, geralmente é devido ao stress, a fadiga ou ao baixo consumo de alimentos e de líquidos.
Realidade: As causas mais comuns de pouco leite são: mamadas pouco frequentes e/ou problemas com a pega e postura do bebé ao mamar. Ambos os problemas são devido em geral à informação incorreta que recebe a mãe que amamenta. Os problemas de sucção do bebé também podem afectar de forma negativa a quantidade de leite que a mãe produz. O stress, a fadiga ou a má nutrição raramente são causas de baixa produção de leite, já que o corpo humano desenvolveu mecanismos de sobrevivência para proteger o lactente em tempos de fome extrema.

Mito 12: Uma mãe deve tomar leite para produzir leite.
Realidade: Uma dieta saudável e balanceada que contenha verduras, frutas, cereais e proteínas é tudo o que uma mãe necessita para nutrir-se adequadamente e produzir leite. O cálcio pode ser obtido de uma grande variedade de fontes não relacionadas com lácteos, como os legumes, sementes, frutas secas e pescados como sardinha e salmão com espinha. Nenhum outro mamífero toma leite para produzir leite.

Mito 13: Sugar sem o propósito de alimentar-se (sucção não nutritiva) não tem objectivo.
Realidade: As mães com experiência em amamentação aprendem que os padrões de sucção e as necessidades de cada bebé variam. Ainda que as necessidades de sucção de alguns bebés sejam satisfeitas primordialmente quando mamam, outros bebés requerem mais sucção ao peito, mesmo quando tenham acabado de mamar a alguns minutos. Muitos bebés também mamam quando têm medo, quando se sentem sós ou quando sentem alguma dor.


Mito 14: As mães não devem ser a “chupeta” de seu filho.
Realidade: Consolar e suprir as necessidades de sucção ao peito é o que preparou a natureza para mães e filhos. As chupetas são um substituto da mãe quando ela não está. Outras razões para oferecer a mama para acalmar o bebé incluem um melhor desenvolvimento oral e facial, o prolongamento da amenorreia, evitar a confusão de sucção e estimular uma produção adequada de leite que assegure um índice mais elevado de êxito da amamentação. Além disso, um bebé tranquilo que encontra consolo em sua mãe, terá um desenvolvimento emocional fortalecido.

Mito 15: A confusão bico artificial-mamilo não existe.
Realidade: A alimentação ao peito e a alimentação por biberão requerem diferentes técnicas orais e motrizes. Como resultado, alguns bebés desenvolvem a confusão de sucção e usam técnicas não adequadas para mamar na mama quando lhe são oferecidos biberão e mama. Isto faz com que não sejam eficientes a mamar e por vezes causam fissuras nos mamilos.

Mito 16: A amamentação frequente pode dar lugar à depressão pós-parto.
Realidade: Acredita-se que a causa da depressão pós-parto sejam as alterações hormonais que se surgem depois do nascimento do bebé e que podem acentuar-se pela fadiga e pela falta de apoio. Entretanto, ocorre em mulheres que tenham apresentado problemas anteriores a gravidez. Por outro lado, sabe-se que as mulheres que amamentam apresentam com menos frequência depressão pós-parto.

Mito 17: Amamentar o bebé a livre pedido não facilita o vínculo materno.
Realidade: Responder de forma sensível e rápida aos sinais do bebé une a mãe ao seu filho, de tal maneira que eles se sincronizam, criando assim um vínculo maior. Paralelamente, um bebé que não chora porque é atendido prontamente, não gera situações de stress familiar devido ao seu pranto.

Mito 18: As mães que mimam muito seus filhos e os levam muito nos braços, os deixam mal acostumados.
Realidade: Os bebés que são levados nos braços frequentemente choram menos horas ao dia e mostram maiores traços de segurança ao crescer. Os bebés necessitam da segurança dos braços de sua mãe mais do que imaginamos.

Mito 19: É importante que os demais membros da família alimentem o bebé para que também eles desenvolvam um vínculo.
Realidade: Alimentar o bebé não é a única forma com que os demais membros da família podem aproximar-se do bebé. Pegar, acariciar, dar banho e brincar com o bebé são muito importantes para o seu crescimento e desenvolvimento, assim como para o vínculo com os demais.

Mito 20: O facto de que seja o bebé quem dirige a sua alimentação (com a amamentação a livre pedido) tem um efeito negativo sobre a relação do casal.
Realidade: Os pais maturos dão-se conta de que as necessidades do recém-nascido são muito intensas, mas também, que diminuem com o tempo. De facto, o trabalho em equipe que se realiza ao cuidar de um recém-nascido pode unir o casal quando ambos aprendem a ser pais juntos.


Mito 21: Alguns bebés são alérgicos ao leite materno.
Realidade: O leite materno é a substância mais natural e fisiológica que o bebé pode ingerir. Se o bebé mostra sinais de sensibilidade relacionados com a alimentação, em geral deve-se a alguma proteína alheia (dieta da mãe) que conseguiu entrar no leite materno, e não ao leite materno em si. Isto soluciona-se facilmente eliminando o alimento ofensivo da dieta materna durante um tempo.


Mito 22: A amamentação muito frequente causa obesidade no bebé quando ele cresce.
Realidade: Estudos científicos mostram que os bebés amamentados autocontrolam os seus padrões alimentares e a quantidade que ingerem, já que tendem a consumir a quantidade de leite adequada para seu próprio organismo. É a alimentação com leite artifical e a introdução precoce de alimentos complementares a causa dos que se vêem afectados de obesidade ao crescer, não o aleitamento natural.

Mito 23: Dar de mamar quando o bebé está deitado causa infecções de ouvido.
Realidade: Por ser o leite materno um fluido vivo e cheio de anticorpos e imunoglobulinas, o bebé que mama tem menor probabilidade de desenvolver infecções de ouvido, independentemente da postura que utilize. Quando a mãe amamenta sentada, o bebé também está na posição horizontal em seus braços. Além do mais, a disposição dos músculos no momento de sugar fecha a comunicação com o ouvido.

Mito 24: A amamentação prolongada por mais de 12 meses fica sem valor, já que a qualidade do leite materno começa a diminuir a partir dos seis meses de vida.
Realidade: A composição do leite materno muda de acordo com as necessidades do bebé conforme este cresce. Mesmo quando o bebé já é capaz de receber outro tipo de alimento, o leite materno é a sua fonte primordial de nutrição durante os primeiros doze meses. Converte-se em complemento dos alimentos ao segundo ano de vida. Além disso, o sistema imunológico do bebé demora entre dois e seis anos para se completar. O leite materno continua a complementar e a ajuda o sistema imune enquanto o bebé mamar.


Investigações recentes nos mostram que o leite materno é mais rico em gordura e energia depois de um ano de amamentação: contém quase 12% mais calorias que o leite de uma mãe de um recém-nascido. Ocorre da mesma maneira com os factores protectores.

Fonte:
Liga La Leche
Lisa Marasco
Illinois, Estados Unidos.
Nuevo Comienzo Out.-Dez/2005
Tradução Brasileira: Pajuçara Marroquim
Adaptação Portuguesa: BioNascimento

quinta-feira, 3 de março de 2011

O monólogo da frigideira ou eu também faço birras!

Ontem fiquei com os meus dois rebentos. Gosto muito de ficar com os dois, embora o meu pequeno R esteja um bocadinho chateado com os dentinhos e, por isso, não esteja tão interessado, como normalmente, em brincar com as suas mamãe (eu e a M). A minha querida M fez duas fitinhas pequenitas, nada de especial. Mas ao fim do dia, a M, que eu acho maravilhosa mas que também tem os seus dias de neura, como qualquer fêmea que se preze, começa a fazer fitas seguidas por diversos motivos: "quero iogurte líquido", mas não há; "não quero que o esparguete quente", mas já estava aquecido; "queria ter sido eu a atender o telefone", mas tinha sido o pai e mais outras tantas deste género. E estou eu, de frigideira em punho, a aquecer o esparguete, que está todo colado e enquanto o desembaraço tenho o meu monólogo:
que já não aguento mais nenhuma birra, que já chega, JÁ CHEGA, sempre a queixar-se, até parece que alguém a trata mal, que não quero ouvir mais nenhuma queixa, e blá, blá, blá, blá (a falar bastante alto, ainda por cima; o T disse que nunca me tinha ouvido assim a falar com ela). A M, ainda um pouco chorosa da última fita diz "eu quero que fiques contente". E a mãe continua: "então se queres pára com isso e blá, blá, por aí além. A M, ao ver que eu não me calava enquanto lutava com o esparguete, foi para a sala, à espera que o bicho serenasse... e serenou. Eu sentia que estava a exagerar, que era a irritação a tomar conta de mim, mas não conseguia parar a moto-serra. Estava a fazer uma birra e, tal como a M diz quando está na coisa, "não consigo parar"... e eu assim estava!
O que vale é que a M é tão linda e ama-me tanto que perdoou a minha birra... também me quero perdoar...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pediram para eu escrever sobre mamas...

Ui.... agora vão ter de me ouvir... ou melhor... ler..
Começo com uma reflexão...

A amamentação Selvagem

A maioria das mães que nos procura fá-lo por motivos de dificuldade na amamentação e estão preocupadas em saber como se fazem as coisas correctamente, em vez de procurar o silêncio interior, as raízes profundas, os vestígios de feminilidade e um apoio no marido/companheiro, na família ou na comunidade que favoreçam o encontro com a sua essência pessoal.

A amamentação genuína é manifestação dos nossos aspectos mais terrenos, selvagens, filogenéticos. Para dar de mamar deveríamos passar quase todo o tempo nuas, sem largar a nossa cria, imersas num tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem necessidade de nos defendermos de nada nem de ninguém, mas apenas e unicamente desaparecidas num espaço imaginário e invisível para os outros.
Isto é dar de mamar. É deixar aflorar os nossos recantos ancestralmente esquecidos ou negados, os nossos instintos animais que surgem, sem imaginar que habitavam no nosso interior. É deixar-se levar pela surpresa de vermos lamber os nossos bebés, de cheirar a frescura do seu sangue, de alternar entre um corpo e o outro, de converter-se em corpo e fluido dançantes.

Dar de mamar é despojar-se das mentiras que contámos a nós mesmas toda a vida sobre quem somos ou quem deveríamos ser. É estar descontraídas, poderosas, famintas, como lobas, como leoas, como tigres, como canguruas, como gatas. Muito relacionadas com as outras mamíferas de outras espécies no seu total apego à cria, descuidando o resto da comunidade, mas milimetricamente atentas às necessidades do recém-nascido.
Deleitadas com o milagre, tratando de reconhecer que fomos nós mesmas que o fizémos possível, e reencontrarmo-nos com o que há de sublime. É uma experiência mística se premitirmos que assim seja.

Isto é tudo o que necessita para poder dar de mamar a um filho. Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos. Mas sim apoio, contenção e confiança dos outros (marido, rede de mulheres, sociedade, âmbito social) para ser uma mesma mais que nunca. Apenas a permissão para ser o que queremos ser, fazer o que queremos, e deixarmo-nos levar pela loucura do selvajem.


Isto é possível se se comprender que a psicologia feminina inclui este profundo apego à terra-mãe, que ser una com a natureza é intrínseco ao ser esencial da mulher, e que se este aspecto não se revela, a amamentação simplemente não fluie. Não somos assim tão diferentes dos rios, dos vulcões, dos bosques. Só é necessário preservá-los de ataques.

As mulheres que desejam amamentar têm o desafio de não se afastarem desmedidamente dos seus instintos selvagens. Sabemos racicionar, ler livros de puericultura e desta maneira perdemos o objectivo entre tantos conselhos supostamente “professionais”.

Há uma ideia que atravessa e desactiva a animalidade da amamentação, e é a insistência para que a mãe se separe do corpo do bebé. Contrariamente ao que se supõe, o bebé deveria ser carregado pela mãe todo o tempo, incluindo e sobretudo quando dorme. A separação física a que nos submetemos como díade entorpece a fluidez da amamentação. Os bebés ocidentais dormem no berço, no carrinho ou nas suas camas demasiadas horas. Esta conduta é simplesmente um atentado à amamentação. Porque dar de mamar é uma actividade corporal e energética constante. É como um rio que não pode parar de fluir: se é bloqueado, o seu caudal é desviado.

Dar de mamar é ter o bebé nos nossos braços, sempre que seja possível. É corpo, é silêncio, é conexão com o sub mundo invisível, é fusão emocional, é loucura.

Sim, há que ser um pouco louca para se conseguir ser mãe.

Laura Gutman
Autora Argentina de “La Maternidad y el encuentro con la propia sombra”, “Puerperios y exploraciones del alma femenina” e “Crianza, violencias invisibles y adicciones”.
Tradução e adaptação de Luísa Condeço, autorizado pela autora

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O primeiro grande concerto ...



... da L foi hoje! Não foi nenhum Super Bock Super Rock, nem o Optimus Alive, foi somente o concerto para bebés no Oceanário ... mas foi um espectáculo! Ela gostou muito mas eu não fiquei atrás ... fomos com os bebés coleguinhas dela da escola e respectivos papás e educadoras. A seguir ao concerto fomos ver o Ocenário ... eu já não ia lá desde a Expo em 1998, portanto há "1000 anos". Muito bom e muito relax ... aconselho a todos que tenham bebés, e que ainda não foram, a tentarem assistir ao concerto. As marcações é que são difíceis de conseguir, têm que ser feitas com bastantes meses de antecedência.
Beijos e até breve,
LM

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não há nada que se compare

A gente resmunga e queixa-se, correrias, sopas, birras, cocós, discussões, pressas, nervos, preocupações, angústias, doenças, dúvidas, não sei se vos acontece mas a mim sim, uma pessoa às vezes anda cansada, é o trabalho, é o sono, é a crise, o trânsito, a chuva, os atrasos, e uma pessoa, que até é feliz, queixa-se de barriga cheia.
Às vezes andamos tão ocupados que nos esquecemos de sermos tão felizes quanto podemos. É preciso nascer um filho de uma amiga. É preciso ficar ali a olhar para aqueles dois quilos e quinhentas de gente, tão pequenino e com tanto futuro. Um bébé é uma injecção de vida. De certeza. De esperança. Uma bofetada na nossa cara. É preciso ir lá para sentir aquele nó na garganta e pensar, não há nada que se compare a isto. Não há mesmo.

Mães de transição...


... alguém sabe o que é?

Acabaram de me incluir num grupo do FB.

Vou tentar saber mais aqui

NOTA:
Entretanto já me enviaram uma breve explicação: "a ideia é serem pais que querem transitar para uma vida mais ecológica, comunitária, menos dependente de energias fósseis, agriculturas intensivas e por aí fora. Estão a planear ter núcleos pelo país fora que podem partilhar ideias, companhia, babysitting, hortas comunitárias e outras ideias giras."
UAU...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Não!"

Uma vez ouvi na rádio alguém a dizer que tinha lido (ou ouvido) uma entrevista com a Grace Jones em que ela dizia que tinha educado o seu filho sem nunca dizer a palavra NÃO.

Acham possível?
Eu NÃO!... pronto, lá disse a palavra proibida... e cada vez que a digo (às vezes, um pouco antes) fico a pensar como poderia contornar a situação sem a tornar tão negativa... mas é tão dificil!




sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sabes de que são feitos os produtos que usas?

Ao principio achava que estava a ficar paranóica...
Comecei a ler os rótulos de TUDO!!! Fiquei perplexa... como é possível ter usado durante TANTO tempo alguns produtos que usei, e mais grave... como é possível ter usado esses mesmos produtos NOS MEUS FILHOS!!!

Sim, estou-vos a alertar para os produtos que usamos, que usam os nossos filhos, e com que limpamos as nossas casas!
Sabiam que temos mais poluição dentro das nossas casas que na rua?
Sabem porquê? Por causa dos detergentes que usamos!
Admirados?
Eu também fiquei...
No mínimo... preocupante!

Já escrevi sobre isto aqui - Sabes de que são feitos os produtos que usas no teu bebé?

Não deixem de ver AQUI mais uma excelente sessão do programa Biosfera, que aborda a questão dos cosméticos no nosso organismo e os riscos que corremos numa má escolha...
É preocupante!!


Deixo-vos os "10 ingredientes sintéticos a evitar nos produtos cosméticos." que encontrei AQUI
Leiam os rótulos dos vossos produtos e venham cá contar, vale a pena fazer uma pesquisa aos produtos que geralmente se utilizam para bebés ( tipo Mustela )e depois reflectir nos perigos a que expomos, diariamente, os nossos filhos.

1. Parabenos (Metil, Propil, Butil e Etilparabeno)
Utilizados para inibir o crescimento microbiano e para prolongar a durabilidade dos produtos. Têm causado vários tipos de reacções alérgicas e irritações cutâneas. Estudos demonstraram que são ligeiramente estrogénicos e podem ser absorvidos pelo corpo através da pele. São largamente utilizados apesar de serem conhecidos como tóxicos.

2. Dietanolamina (DEA), Trietanolamina (TEA)
Utilizados habitualmente, nos cosméticos, como emulsionantes e/ou agentes produtores de espuma. Podem causar reacções alérgicas, irritações nos olhos e desidratação do cabelo e pele. DEA e TEA são "aminas" (compostos a partir da amónia) e podem formar nitrosaminas causadoras de cancro quando em contacto com nitratos. São tóxicos se absorvidos pelo corpo prolongadamente.

3. Diazolidinil Ureia, Imidazolidinil Ureia
São amplamente utilizados como conservantes. “The American Academy of Dermatology” considerou-os a causa n.º 1 das dermatites de contacto. Dois dos nomes registados para estes químicos são Germall II and Germall 115. Nenhum dos químicos Germall contém um bom agente fungicida, pelo que têm de ser combinados com outros conservantes. Ambos libertam formaldeído, que pode ser tóxico.

4. Lauril/Laureth Sulfato de Sódio
Um detergente agressivo e barato utilizado em champôs pelas suas propriedades de limpeza e de produção de espuma. Normalmente derivado de petróleo, é frequentemente dissimulado com a frase “provém de côcos”. Causa irritação nos olhos, descamação do couro cabeludo (similar à caspa), irritações cutâneas e outras reacções alérgicas.

5. Petrolato
Também conhecido como geleia de petróleo, este óleo mineral derivado é utilizado nos cosméticos pelas suas propriedades emolientes. Não tem qualquer valor nutritivo para a pele e pode interferir com os mecanismos naturais de hidratação do corpo, levando a pele à desidratação e a gretar. Habitualmente origina as situações que reivindica aliviar. Os fabricantes usam petrolato porque é incrivelmente barato.

6. Propileno Glicol
Idealmente é uma glicerina vegetal combinada com álcool de cereais, sendo ambos naturais. Habitualmente é uma combinação petroquímicos sintéticos utilizados como humidificantes. É conhecido como causador de reacções alérgicas, urticária e eczemas. Quando vir PEG (polietileno glicol) ou PPG (polipropileno glicol) num rótulo, tenha cuidado, pois são produtos químicos sintéticos idênticos.

7. PVP/VA Copolímero
Um produto químico derivado do petróleo utilizado em sprays de cabelo, produtos para pentear e outros cosméticos. Pode ser considerado tóxico pelo facto de as partículas inaladas poderem danificar os pulmões de pessoas com sensibilidade.

8. Cloreto de Benzildimetil (octadecil) amónio – Stearalkonium chloride
Um composto de amónio quaternário utilizado em amaciadores de cabelo e cremes. Desenvolvido pela indústria dos tecidos como um amaciador de tecidos, sendo muito mais barato e fácil de usar, em fórmulas de amaciadores de cabelo, do que proteínas e extractos de ervas os quais são benéficos para o cabelo. Provoca reacções alérgicas. Tóxico.

9. Cores sintéticas
Usadas para fazer os produtos cosméticos parecerem “bonitos”, as cores sintéticas, assim como colorantes sintéticos para o cabelo, devem ser evitados a todo o custo. Estas são rotuladas como FD&C ou D&C, seguidas por uma cor e um número. Exemplo: FD&C Red No. 6 / D&C Green No. 6. Muitas cores sintéticas podem ser cancerígenas. Se um produto cosmético as contiver, não o use.

10. Fragrâncias Sintéticas
As fragrâncias sintéticas utilizadas em produtos cosméticos podem ter cerca de 200 ingredientes. Não existe forma de saber quais são os produtos químicos que as compõem, porque nos rótulos só vêm descritas como “fragrâncias”. Entre os problemas provocados por estes químicos estão dores de cabeça, tonturas, irritações, hiperpigmentação, tosse forte, vómitos, irritação cutânea – e a lista continua. Conselho: Não compre um produto cosmético que tenha a palavra “fragrância” no rótulo.


Aqui podem ver quais as substâncias contidas nos produtos de higiene que utilizamos diariamente. Contém bases de dados com a composição química de muitos dos produtos disponíveis no mercado e seus malefícios para a saúde.

Informem-se !

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Nunca fazemos nada de errado. Nunca fizemos. Nunca faremos. Fazemos coisas que não teríamos feito, se soubéssemos na altura o que aprendemos agora."
-Marshall Rosenberg

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sapinhos

Aproveito hoje para escrever, pois não tem sido fácil encontrar tempo, pois tenho tentado dormir de manhã (quando a M vai à escola, 3 ou 4 dias por semana) um bocadinho com o R (uma horinha, mais ou menos), porque sinto que ando muito cansada e que tenho menos leite (parece-me) e como quero dar mamocas muito tempo, tenho tentado descansar (a maior parte das noites durmo cerca de 5 horas e meia dividas em 3 partes... é muito pouco!). Esta horinha de sono tira-me o tempo para as minhas coisas, mas... sabe-me mesmo bem.
Bem, vou directa ao assunto, visto o tempo ser pouco.
Sapinhos: até há 3 anos atrás pensava que eram uns animais verdes que viviam em lagos, mas depois vim a descobrir através de um,a amiga, que eram umas manchinhas brancas que apareciam dentro da boca dos bebés e que eram um fungo: a famosa cândida, que muitas senhoras conhecem. Pois bem, o meu lindo R, a partir da segunda semana, começou a ter as manchinhas e eu suspeitei que era o dito fungo. Liguei à minhas conselheiras maternas (a A, a parteira, e a C, a doula) que me explicaram que o maior problema é que os bebés podem ficar irritados (porque por baixo das manchinhas há pequenas feridas que devem fazer doer) e mamar menos (felizmente o R mamou sempre bem, tal era a fomeca...). Explicaram-me que havia um medicamento para aplicar, quer na sua boca, quer nas minhas mamocas, mas eu não estava com muita vontade de dar medicamentos. Então liguei à Drª M, que me disse para limpar as maminhas com sumo de limão e, antes de dar de mamar limpá-las novamente com água para tirar o sabor do limão. Confesso que era trabalhoso e que às vezes não apetecia nada, mas viu-se logo resultados, pois melhorou... mas os sapinhos não despareceram. Quando fui à consulta, passei a tomar umas bolinhas e mais umas cápsulas para aumentar a imunidade (tudo natural) e foi melhorando, mas o R teve sapinhos até quase aos 4 meses! Tinha muito pouquinho, mas tinha, mas finalmente foram embora, no entanto as minhas mamocas continuavam mal. Estiveram sempre num estado lastimoso: ficavam com umas peles brancas e quando eu passava o algodão com o limão, as manchas saiam e ficavam as feridas. O limão nas feridas também não sabia muito bem, mas habituei-me. Foi então que pensei: eu ando sempre com top e algodões, para não ficar molhada com o leite que de vez em quando vai saindo, durmo assim e tudo, se calhar este é o ambiente perfeito para o fungo. E assim foi, deixei de apertar as minhas maminhas e o fungo foi-se embora e as minhas mamocas ficaram finalmente saudáveis.
E aqui fica a minha experiência com os sapinhos. Gosto muito mais dos verdes que nadam pelos lagos e fazem "rabit".

Dia do Amor

Eu e o T nunca ligámos ao dia dos namorados e já namoramos há 6 anos e meio. Mas este ano inspirámo-nos, deve ser porque somos 4 namorados cá em casa! A M perguntou-me porque é que havia tantos corações nas lojas a caminho da escola e eu expliquei-lhe e combinámos comprar uns chocolates ao pai, que é muito guloso. A M estava tão excitada com a ideia que disse ao pai que íamos comprar uns chocolates para ele, mas que era segredo. O T percebeu então e também quis brincar aos namorados. A M estava tão contente, que mal chegou à escola contou tudo e a educadora disse-me que esteve todo o tempo a falar disso. Quando a fui buscar fomos comprar uns corações de chocolate ao pai, mais uns bombons que ela escolheu e quando chegámos a casa ela preparou a mesa, com o seu cojunto de prato e talheres, e preparámos um lanchinho dos namorados. O R esteve sempre a acompanhar-nos nesta preparação, com o seu habitual lindo sorriso. Demos muitos beijos a 3 para comemorar o dia do amor e quando o pai chegou, demos a 4. Finalmente o pai chegou e surpresa, ele trouxe flores para as meninas e para o R, muitos beijos. Depois lanchámos e o R e a M receberam um presentinho de namorados: uns pratos e copos em forma de porco, um conjunto para cada um... sim, porque daqui a um mês e meio o R vai começar a comer! E assim foi, o nosso dia do amor! Ainda tinha comprado mini-cornetos para a sobremesa (pois a M queria um gelado de prenda), mas esqueci-me, por isso comêmo-los ontem... também souberam bem. Qualquer motivo serve de desculpa para fazermos uma festa, é tão bom!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Toc, toc, toc ... posso entrar?...



Pois é ... sou mais uma candidata a pseudo super-mãe e a super blogger também. Esta é mesmo a primeira vez que estou a tentar escrever num blog e estou para ver o que vai sair daqui. Obrigada às R's por me terem convidado para este desafio. Mas passo-me a apresentar ... sou a L, casada com o L, e mãe da L ... sim, não estou a gozar. Lá em casa todos são L's e nem os gatos escapam ... tenho também dois L's felinos. A minha L tem 27 meses e também eu tento ser uma super-mãe, i.e., tento educá-la da melhor forma para que ela seja uma menina feliz, equilibrada e saudável. Claro que não é fácil ... estou a maior parte do tempo sozinha com ela e o cansaço não ajuda e depois as birras características da idade são de pôr os cabelos em pé às vezes. A partir de agora vou tentar partilhar aqui as "peripécias" do dia-a-dia. É sempre muito bom partilhar com outras mães as aventuras da maternidade para não sentirmos que vivemos num outro mundo de cocós, fraldas, noddys e afins. Aliás já tinha andado aqui a bisbilhotar ...
Até breve!!
LM

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Também faço parte do "clube"...




... de quem queria ser uma super mãe. Seja lá o que isso for. Por isso, também posso escrever aqui!

Durante estes quase 10 anos de mãe - de um lindo "menino", o R (mais um R!) - foi essa a minha aspiração, embora, devo confessar, tenha plena consciência de que estive muuuuiiiito longe disso em tantos momentos. Mais do que aqueles que eu queria... E se a tampa salta quando eles fazem as birras dos 2, 3, 4 anos, o que dizer ao que pode acontecer (mesmo a mães aspirantes a "super") quando os nossos filhos já têm "quase" 10... É que, desenganem-se, porque as "birras"... continuam! Já não são por causa de não querer ir para a cama, nem por causa das visitas em casa à hora do jantar, nem mesmo por ataques de ciúmes de irmãos ou de primos mais novos, não! São muito mais sofisticadas! Até envolvem nomes e tecnologias muito pomposas e modernas. São assim, umas birras... "de gestão do tempo".

É que, aos "quase" 10 anos o R tem muita coisa para fazer! Se misturar aquilo que "tem" com aquilo que "quer" e o que "gosta", ele tem, assim que me lembre agora de repente, as seguintes "tarefas" só para os dias de semana (aqueles dias do "stress"): fazer os trabalhos de casa (todos certos), treinar violoncelo, ver TV, jogar playstations e similares, brincar com o iPod, ir ao facebook, telefonar ao pai, dar mimimhos à mãe, receber miminhos da mãe, tomar banho e vestir o pijama, ajudar a pôr a mesa para o jantar, jantar, lavar os dentes,... tudo isto em pouco mais de 3 horas, pois qualquer super mãe quer assegurar ao seu filho um mínimo de 9/10 horas de soninho descansado! Ora como é que o rapaz não há-de fazer "birras"!?

Quase que aposto que, nesta fase, as mães e pais dos mais pequenos já estão a pensar: "o meu filho ou a minha filha não vai ver TV, só meia-hora por dia, playstation não vai ter, facebook só depois dos 18 anos...". Eu também acho isso tudo muito bem e, claro, que o R tem regras para essas coisas todas - playstations só aos fins-de-semana, por exemplo - o que não impede que o grande desafio dele seja precisamente como me convencer a "quebrar" essas regras (nem sempre "convencer" é a palavra mais apropriada) e, por isso mesmo, que o meu grande desafio seja o de tentar ser uma super mãe com uma super paciência. Eu super amo o R, e às vezes acho que já estive mais perto de ser uma super mãe do que estou agora. Ser super mãe de um super filho de "quase" 10 anos é mais difícil do que ser super mãe de um super filho de 5 anos, é, portanto, a minha conclusão. E não me parece que isto venha a melhorar com o tempo...


Se puderem, vejam este vídeo...

http://www.youtube.com/watch?v=BZF_H_SDLq8

Faz tanto sentido para mim... o que não quer dizer que o consiga fazer... mas tento e vou continuar a tentar!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu não sei ser super mãe

Ora cá estou eu recém chegada a este espaço a convite das R's.
Eu não sei ser super mãe mas ando a tentar ser uma MULHER mais completa, daquelas que são mães, amantes, amigas, crianças com os pés na terrra e a cabeça na lua.
Díficil é tudo aquilo que se quer perfeito e só esse querer já é tão bom.
Eu tenho dois filhos o V. e a V. com 5 e 3 anos e de quando em quando passarei aqui para partilhar o que me apetecer. beijinhos e obrigada

Más decisões

Às vezes tomo más decisões, muito regularmente até. E quando reflicto um pouco sobre elas é que me apercebo como poderiam ter sido evitadas. Exemplo: ontem a minha mãe veio cá jantar. Nos últimos tempos (ou talvez sempre tenha sido assim e eu não me tinha apercebido) a M, quando temos visitas para jantar, acaba sempre por fazer uma pequena (ou não) fita à mesa. Ontem, quis, logo no início da refeição vir para o meu colo. Ora, eu adoro tê-la ao colo, mas também gosto de comer tranquila e quando a M vai para o meu colo faz corpo mole, tenta escorregar, enfim, eu sou um meio caminho para se pirar da mesa. Por isso, eu e o T dizemos-lhe, normalmente, que quando acabarmos de comer ela pode vir para o nosso colo. Mas ontem, como tinha visitas, não lhe apetecia cumprir essa "regra", por assim dizer. E começou a chorar, enfim a fazer uma bela birra. Eu não me irritei, mas disse-lhe que fosse para o chão, não comesse, fizesse o que quisesse, ou então vinha um bocadinho para o meu colo para namorarmos e depois comia na cadeira dela. Não quis. Foi para o chão e chorou. O T, que acabava de vir adormecer o mano, acabou por lhe fazer a mesma proposta que eu e ela acabou por aceitar: levou uns miminhos do pai e depois foi para a mesa e mal eu acabei de comer (ela sempre a vigiar-me o prato: "já estás quase a acabar mamã") saltou para o meu colo e acabou de jantar. Enfim, nada de especial. A minha mãe observou tudo isto em silêncio e a sorrir e eu tentava adivinhar a sua opinião nos seus olhos. Eu digo que não quero saber, que educo os meus filhos como achar bem, mas no fundo não me deixo de sentir observada e à prova. Ou seja, não deve ser só a M que muda quando tem visitas, a sua mãe também deve mudar. Ainda por cima, quando a minha mãe vem cá jantar, o T é um super-marido: nunca se irrita, resolve os conflitos com calma, trabalha incansavelmente nas tarefas do lar (até gozo com ele e digo-lhe que vou convidar a minha mãe mais vezes), o que leva sempre a minha mãe a pensar "tens muita sorte, filha, não te queixes". E eu, confesso, em vez de me sentir agradecida por estes momentos de super-marido, sinto inveja da boa impressão que ele está a causar. Até me sinto ligeiramente irritada, mas disfarço. Ainda por cima, eu tenho uns pais maravilhosos, mas que não são do género de realçar as qualidades das filhas, preferem realçar as dos outros (não porque não as encontrem em nós, mas por hábito).
Bom, mas desviei-me do verdadeiro assunto: porque que é teimo em manter as nossas frágeis regras à mesa quando temos visitas. Quando vamos a restaurantes e casa de amigos/familiares nem tento, porque não assumir que quando há visitas não vale a pena lutar por estas pequenas coisas, é um dia diferente e pronto!
Acho que vou ficar com esta de lição... a ver!

hummmmm.....

.... eu não sei se queria ou quero ser uma super mãe...
... tenho tantos defeitos e gosto tanto de não ser perfeita e quero tanto que os meus filhos (a A. e o/a ?) os conheçam e até gostem deles...
... estar grávida com a A. com quase 3 anos e com tanta coisa a acontecer, sinto que não consigo ir a todas, emocional-social-e-profissionalmente e mtas vezes tenho que parar para avaliar quais as escolhas que devo fazer. O problema é que normalmente só páro na cama e tanta avaliação tira-me o sono noites a fio...

Hoje estou a morrer de sono, daí estas minhas reflexões algo moles e sem grande conexão... vou tentar voltar um dia em que esteja mais lúcida e enérgica :)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Eu também quero ser uma super mãe!

E por isso aceitei o convite!
Sou a Cat mãe da Princesa e do Pirata que fazem 7 e 5 anos em Abril ( O mês de Julho é especial para nós, deve ser do calor ;)
Tentei ser uma super mãe, mas os meus filhos ensinaram-me que era uma chatice...
As super mães, gostam de ver tudo arrumado, de ter tudo limpo e deitar os filhos cedo.... Que seca!

Agora estou a tentar encontrar um meio termo :) ser Mãe, sem esquecer de ser Mulher... Acredito que só assim serei uma verdadeira super mãe!
É disto que ando à procura... ser uma verdadeira super mãe!

Deixo-vos esta reflexão:

Numa sociedade preocupada com a melhor maneira de educar uma criança
Descobri a necessidade de misturar o que é melhor para os meus filhos, com o que é necessario para uma Mãe bem equilibrada.
Reconheço que o dar interminavel se traduz em esgotar-se a dar.
E quando se esgota adra não é uma Mãe saudavel e não é um Eu saudavel.

Por isso, estou a aprender a ser mulher em primeiro lugar e Mãe em segundo.Estou a aprender a sentir apenas as minhas proprias emoções.
Sem roubar aos meus filhos a sua dignidade individual por sentir também as suas emoções.
Estou a aprender que uma criança saudavel tem o seu proprio conjunto de emoções e caracteristicas que são so suas.
E muito diferentes das minhas.
Estou a aprender a importância de trocas honestas de sentimentos porque o fingimento não engana as crianças.
Conhecem a Mãe melhor do que ela se conhece a si propria.

Estou a aprender que ninguém ultrapassa o seu passado a menos que se confronte com ele.
Caso contrario, os filhos absorverão exactamente o que ela esta a tentar ultrapassar.
Estou a aprender que as palavras de sabedoria caem em ouvidos surdos se as minhas acções contradisserem os meus actos.
As crianças tendem a ser melhores imitadoras que ouvintes.
Estou a aprender que a vida se destina a ser preenchida com tanta tristeza e dor como alegria e prazer.
E permitir-mo-nos sentir tudo o que a vida tem para oferecer é um indicador de realização.
Estou a aprender que a realização não pode ser atingida por me esgotar a dar-me, mas dando-me a mim propria e partilhando com os outros.
Estou a aprender que a melhor maneira de ensinar os meus filhos a viver uma vida preenchida não é sacrificando a minha vida.
É vivendo eu propria uma vida preenchida.
Estou a tentar ensinar os meus filhos que tenho muito para aprender
Porque estou a aprender que liberta-los
É a melhor forma de continuar-mos ligados.



Nancy Mcbrine Sheehan