terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Más decisões

Às vezes tomo más decisões, muito regularmente até. E quando reflicto um pouco sobre elas é que me apercebo como poderiam ter sido evitadas. Exemplo: ontem a minha mãe veio cá jantar. Nos últimos tempos (ou talvez sempre tenha sido assim e eu não me tinha apercebido) a M, quando temos visitas para jantar, acaba sempre por fazer uma pequena (ou não) fita à mesa. Ontem, quis, logo no início da refeição vir para o meu colo. Ora, eu adoro tê-la ao colo, mas também gosto de comer tranquila e quando a M vai para o meu colo faz corpo mole, tenta escorregar, enfim, eu sou um meio caminho para se pirar da mesa. Por isso, eu e o T dizemos-lhe, normalmente, que quando acabarmos de comer ela pode vir para o nosso colo. Mas ontem, como tinha visitas, não lhe apetecia cumprir essa "regra", por assim dizer. E começou a chorar, enfim a fazer uma bela birra. Eu não me irritei, mas disse-lhe que fosse para o chão, não comesse, fizesse o que quisesse, ou então vinha um bocadinho para o meu colo para namorarmos e depois comia na cadeira dela. Não quis. Foi para o chão e chorou. O T, que acabava de vir adormecer o mano, acabou por lhe fazer a mesma proposta que eu e ela acabou por aceitar: levou uns miminhos do pai e depois foi para a mesa e mal eu acabei de comer (ela sempre a vigiar-me o prato: "já estás quase a acabar mamã") saltou para o meu colo e acabou de jantar. Enfim, nada de especial. A minha mãe observou tudo isto em silêncio e a sorrir e eu tentava adivinhar a sua opinião nos seus olhos. Eu digo que não quero saber, que educo os meus filhos como achar bem, mas no fundo não me deixo de sentir observada e à prova. Ou seja, não deve ser só a M que muda quando tem visitas, a sua mãe também deve mudar. Ainda por cima, quando a minha mãe vem cá jantar, o T é um super-marido: nunca se irrita, resolve os conflitos com calma, trabalha incansavelmente nas tarefas do lar (até gozo com ele e digo-lhe que vou convidar a minha mãe mais vezes), o que leva sempre a minha mãe a pensar "tens muita sorte, filha, não te queixes". E eu, confesso, em vez de me sentir agradecida por estes momentos de super-marido, sinto inveja da boa impressão que ele está a causar. Até me sinto ligeiramente irritada, mas disfarço. Ainda por cima, eu tenho uns pais maravilhosos, mas que não são do género de realçar as qualidades das filhas, preferem realçar as dos outros (não porque não as encontrem em nós, mas por hábito).
Bom, mas desviei-me do verdadeiro assunto: porque que é teimo em manter as nossas frágeis regras à mesa quando temos visitas. Quando vamos a restaurantes e casa de amigos/familiares nem tento, porque não assumir que quando há visitas não vale a pena lutar por estas pequenas coisas, é um dia diferente e pronto!
Acho que vou ficar com esta de lição... a ver!

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