quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Aqui

E eu que estive, por pouco, a ir-me embora (para Tomar ou para Lisboa) tenho encontrado uma nova felicidade de estar aqui, no sul, a viver. Parece que voltei a ver coisas lindas e maravilhosas. Talvez seja do Outono, que é uma estação tão especial nesta zona... Vou buscar a bela M à escola (que é linda, com uma professora óptima, e que ela está a adorar!) e tenho o mar em frente numa vista deslumbrante. Tantas vezes saímos da escola e vamos à praia mergulhar num mar quente (para os padrões normais...) e com ondas. Tenho disfrutado das amigas daqui e tem-me sabido tão bem. Adorei o trabalho que acabei de fazer e as pessoas que conheci. Estou encantada com o facto do T estar em casa e não ir trabalhar e ajudar-me com o R. É tão bom dividir a maternidade/paternidade... é tão mais saudável!!! Ai... que bom. Não sei quanto tempo vai durar, mas sabe muito bem!

4 ANOS

Há 4 anos nasceu o meu pequeno R, o meu bebé. Há 4 anos entrei numa aventura desconhecida... mais uma. Há 4 anos tive de aprender a multiplicar o meu amor, a dividir a minha atenção, o meu corpo, os meus olhos, a minha alma, o meu coração... e custou-me tanto. Porque queria fazer tudo da melhor forma. Porque queria dar ao R o que tinha dado à M e queria continuar a dar à M o que sempre lhe tinha dado. E como não conseguia, sofri. Tinham-me falado como os filhos mais velhos podiam sofrer por lhes custar partilhar os pais, mas ninguém me tinha contado como era difícil partilhar os filhos. Uma mama aqui, uma brincadeira ali. Uma colher numa boca, outra colher na outra. Uma mão na fralda, outra a limpar um rabinho. Umas horas de sono com um, outras horas de sono com outro... Ufa! Ao início custou-me. E como não sou gaja de me queixar, só o admito agora, que passou a loucura do início. Aos poucos aprendi que não havia nada a fazer. Algo tinha mudado nas nossas vidas, para sempre e para melhor. Mais uma pessoa na família. E veio para se fazer notar, a exigir atenção, pois amor já o tinha garantido. Mas se não lutasse pela atenção, a mãe e a M, agarradas como lapas, não íam dar muito espaço. Mas ele veio, franzino e forte e, desde o primeiro dia exigiu o seu lugar no meu colo, nas minhas mamas, intensivamente. E eu e a M aprendemos a viver com este R tão forte, exigente, meigo, sensível, um principe guerreiro, um pirata dos amores. E o T encaixou-se neste trio e ganhou mais espaço e tornámo-nos uma família mais forte (e mais caótica) porque tivémos de aprender a partilhar o nosso amor entre todos. Querido R, foste e és um desafio lindo na nossa vida. Amo-te muito... Parabéns!