terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DEVIA ESTAR NA CAMA

Os meus pequeninos estão a dormir, o pai foi trabalhar e eu devia mesmo estar a aproveitar para dormir, pois o R pode acordar a qualquer momento, o que quer dizer que a M também pode acordar, pois quando o pai não dorme em casa, fica cheia de medo que eu saia do quarto para dar maminha, pois não quer ficar sozinha. Ontem acordou quando eu estava a sair, eu disse-lhe para ela não se preocupar que eu só ia lavar a maminha (porque ponho limão por causa dos sapinhos e antes de dar de mamar tenho de lavar) e já voltava. Ficou em  pranto, levantou-se e apareceu descalça no corredor. Eu abri-lhe os olhos, como faço quando fico furiosa, e disse-lhe para ela ir já para a caminha. E lá foi ela. Ainda lhe disse que não percebia para que é que era aquele alarido todo, e ela disse “não fales assim comigo”. Mal ouvi isto parei de ser chata. E ainda me disse: “eu quero que fiques contente”, porque eu estava a dizer “eu fico triste que tu…”. Claro que tentei logo redimir-me: “A mamã está contente meu amor, está tudo bem, só não queria que estivesses ao frio, porque estás constipadinha…”, é tão docinha a minha minhoca e tão sensível.
Mas, estranhamente, não tenho sono… e acho que me apetece desfrutar de um momento a sós comigo… ultimamente há muito poucos destes. Não me queixo, adoro ser mãe, mas claro que de vez em quando sinto falta de mim. A M teve febre há dois dias. Mas já está boa (só com as massagens de reflexologia!), ficou com muita ranhoca, por isso temos estado por casa. Amanhã vai de manhã à escolinha para eu (e o R agarradinho a mim no pano… espero que não chova!) ir comprar as últimas compras de Natal, esta semana só vai uma vez, iupi! Gosto que ela vá pouco à escolinha… eu sei que ela está lá bem, gosto da educadora e da auxiliar, não se trata disso, mas acho que o lugar dela é ao pé de mim e tem a vida toda para ir para a escola, não precisava de ir tão pequenina. Claro que me sabem bem as manhãs que a deixo na escola, pois posso namorar um pouco mais com o R a sós, o que também gosto muito de fazer, e tenho um bocadito de mais tempo para mim. Mesmo assim, a minha relação com a escola está bem melhor, pois agora ela gosta mais de ir e assim já não me sinto tão culpada…
Hoje não foi um dia fácil. A M já está boa, mas quer muitos mimos e só os quer da mãe. Quando a mãe não pode, chora. O T, que já não acordou muito fino, fica irritado, eu começo a refilar com o T e a sentir a minha paciência ameaçada e o pequenino R não consegue dormir (acho que estava com muito cocó para fazer, ajudei-o), mas claro que tem soninho, logo também quer muitos colinhos e maminhas. Ou seja… acho só lavei os dentes agora à noite… é o que se arranja.
Enfim, amanhã será melhor. O Natal está a chegar. A família entra sempre em stress nesta fase do ano. Graças a isso, durante muito tempo não gostei do Natal, mas desde que nasceu a M gosto. Este ano, em Novembro já tínhamos feito a nossa árvore de cartão (com caixas de pizza) e alguns presentes para oferecer. Os avós vão receber uma tela pintada pela M, estão muito giras. Se um dia me entender com o blog, ponho fotos.
E é assim, sem grande inspiração que deixo estas palavrinhas (acho que não vou ter tempo de voltar a escrever antes do Natal): Feliz Natal, com muitos mimos, fritos, amor e, se conseguirem, sem conflitos familiares típicos desta data!

Ps- a M está desejosa que chegue a noite de Natal e eu também!
Pps- Já tenho sono.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

COITADO DO PAI NATAL!

Venho aqui deixar claro o meu franco desacordo na utilização do Pai Natal como um instrumento de pressão para conseguirmos o que queremos junto dos nossos filhos. Porque é que temos que transformar aquela figura simpática, de bochechas rosadas (ligeiramente alcoolizadas, naturalmente, com o frio que faz lá em cima), gordinho, fofinho e com um coração tão grande que o leva a distribuir presentes por todas as crianças do mundo, numa figura a temer, que tem o poder de julgar as criancinhas e decidir quais são as boas, e que por isso merecem presentes, e quais são as más, e que por isso não levam nada! Pobre homem! De certeza que não era essa a sua intenção. Mas alguns pais, chegando a quadra natalícia, tentam resolver os problemas que vão surgindo com a repetida frase: - “Olha que tens de te portar bem, se não o Pai Natal não te traz presentes”. Pobres crianças, que medo devem ter daquele homem que vai decidir sobre a sua felicidade. Não poderíamos deixar o Pai Natal em paz? Não poderíamos deixar que os miúdos gostassem dele sem o temer? Pois é, já sei que quando éramos pequenos também nos diziam isso e que “não nos fez mal nenhum” (será que não? Sabe-se lá!), mas temos de repetir tudo, inclusivamente as coisas que não gostámos que nos fizessem? Eu gostava que não. Tenho um amigo que numa certa fase dizia ao seu filho, quando queria controlá-lo: - “Olha que vem aí o chefe!”. Nós gozámos e dissemos que quando crescesse o rapaz iria ter problemas laborais com os seus superiores e nunca saberia porquê. E com o juiz Pai Natal, será que ensinamos os nossos filhos a sentir que quem dá um presente espera sempre algo de nós. Nem que seja apenas que sejamos bons… sempre! Quem é que consegue ser bom sempre? Eu não, por isso estou lixada, o omnipresente Pai Natal vai ver e vai cortar nas prendas… lá se foram as botas!

sábado, 4 de dezembro de 2010

FRALDAS REUTILIZÁVEIS

Nesta gravidez comecei a pensar nas fraldas reutilizáveis por questões ambientais e financeiras e pelo bem do rabinho do meu bebé. Depois encontrei um estudo da Quercus em que eram evidentes os benefícios: menos uma tonelada de lixo por bebé e mais euros no bolso (entre 700 e 1500, acho eu), tudo isto por um período de cerca de 2 anos e meio. Andei a ver preços e eram todas bastante caras, ou seja, o investimento compensa sempre, mas não deixa de ser um grande investimento: pagar cerca de 200 euros para ter um mínimo de fraldas não é fácil. Por isso o T andou a pesquisar e encontrou umas no e-bay, made in china with love (dizia assim na etiqueta). Como diz a minha amiga Rita, quando vê produtos made in China não consegue deixar de imaginar criancinhas a trabalhar numa cave escura. Não vou negar que este pensamento me veio à cabeça, mas tentei ignorá-lo porque me dava muito jeito, pois 7 fraldas custaram-me apenas 29 euros e picos. Demoraram cerca de 15 dias a chegar, são giras, ajustam-se bem e o rabinho e a pilinha do R, que têm tendência a ganhar umas borbulhinhas com as fraldas descartáveis, gostam!  Só têm um senão, deixam sair muito regularmente, mesmo quase sempre, um bocadinho de xi-xi para uma das perninhas. Normalmente isto acontece quando a fralda fica por 4 horas, o que muitas vezes acontece. Não sei se é pelo excesso de tempo, se pelo facto das perninhas do R ainda não serem demasiado gordinhas e deixarem uma ligeira folga, ou se pela qualidade das ditas fraldas, é que isto acontece. Se alguém tiver experiência com fraldas deste género, diga-me por favor se isto costuma acontecer, pois quero decidir se mando vir mais, para ficar com 21 fraldas (por apenas 90 euros) na esperança de que funcionem melhor quando ficarem menos folgadas nas pernas, ou se devo experimentar outras. Fico à espera…

GLÓRIA ALÉLUIA!!!

Já esperava este dia há muito. E, finalmente chegou. E que felicidade! O cheiro é diferente, o ambiente é outro e a casa fica maravilhosa, especialmente porque eu não tive que fazer qualquer esforço para ela ficar bem. Nem eu nem o T, que ultimamente é quem se tem dedicado ao assunto. O seu nome é Glória, é de confiança, porque vem através de amigos, muito despachada e simpática. O que se quer mais? Não sou minuciosa e não esperava que quatro horas servissem para aniquilar meses de más limpezas, por isso estou muito satisfeita. É o dinheiro mais bem aplicado dos últimos tempos pois significa uma família com mais tempo para ela própria e uma casinha mais apresentável e agradável de se estar. De futuro, serão apenas três horas por semana. Claro que ainda sobram muitas tarefas para nós, como a roupa, as camas e as refeições, mas o que não temos de fazer é fantástico! Bem vinda Glória, ainda bem que chegaste ao nosso lar!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

2 MESES

O R fez dois meses e está cada vez mais crescido. Faz uns sorrisos maravilhosos, fica mais tempo acordado durante o dia, dorme mais à noite, gosta de estar deitado (tempo limitado, claro) a olhar para nós quando falamos com ele, gosta de mudar a fralda, ou melhor de estar aquele bocadito “ao léu”. Está muito melhor dos sapinhos e acho que isso também ajuda a que ande menos irritado e já faz cocó mais vezes sem ajuda… está um rapaz!!! Para adormecer, durante o dia, anda um bocadito difícil. Depois de uma hora para adormecer, dorme meia hora e acorda e fica cheio de sono, claro. Hoje pu-lo no pano às 19, porque se o pusesse na caminha ele ia acordar novamente passada meia hora, e ele estava com tanto sono que dormiu até à uma e meia (deitei-o por volta das vinte e uma e trinta e ficou). É um borrachinho e tem o beicinho mais lindo e a sua mana está cada vez mais compreensiva e hoje, por exemplo, não foi fácil, pois passei muito tempo a tentar adormecê-lo e ela esperou-me tranquilamente… que lindos os meus bebés e que crescidos!

O PIOR E O MELHOR DA SEMANA

Nesta última semana as coisas têm estado cada vez melhor. O melhor para mim foi ter recuperado a minha paciência… voltei a mim. Já não sou a mãe rabugenta e implicativa que me estava quase a tornar! Yupi! Já percebi que a irritação surge quando durmo menos, ou seja, há que prezar cada segundo de sono e quando não é possível, fazer um grande esforço para controlar os nervos à flor da pele. Como resultado, a minha M tem estado óptima: mamã bem disposta = menos birras = família feliz! No último fim-de-semana estive todo o dia com o R e a M e sem o T e correu muito bem. Claro que foi estafante, especialmente porque tinha dormido pouco numa das noites, mas entendemo-nos muito bem os três, excepto num breve mas intenso momento que é precisamente “o pior da semana”. Estava a tentar adormecer o R e a M queria brincar (estava na fase antes da sesta, um momento sempre com alguma tensão…). Começou a puxar os pés ao mano. Eu dizia para ela parar e ela, divertida e com aquele olhar, continuava. Empurrei-a  para afastá-la várias vezes e ela continuava. Fugi e ela perseguiu-me até que a fúria subiu em pleno, baixei-me e puxei-lhe um pé, como ela estava a fazer ao mano, totalmente furiosa. Não a magoei, claro, mas fi-lo com bastante ira. Ela chorou, mas muito pouco. Perguntei-lhe se tinha gostado e disse-lhe que eu tinha odiado fazê-lo, mas que me tinha descontrolado, que o facto dela fazer aquilo me deixava doida. E ela repetiu “doida”. E no segundo a seguir ficámos as duas bem. O mano adormeceu e depois pude dedicar-me à sesta dela. Mas foi este o acontecimento que manchou a nossa semana, que estava a correr tão bem… enfim, está feito, está feito. Mas é o meu grande ponto fraco: ajo como uma fera quando o R é atacado e, na verdade, as tentativas da M são muito brandas, ele nem se chegou a queixar, mas não gosto nada de ver. Eu sei que a M faz isto não para magoar o R, mas para me provocar. Já falámos as duas sobre isso. Eu confio muito na M, muitas vezes deixo os dois e vou fazer qualquer coisa (muito breve porque o R não aguenta quase tempo nenhum sem estar ao colinho) e ela fica a “tomar conta” dele, e é sempre muito meiga para ele e mal ele ameaça chorar, ela diz: - Mamã, o mano vai chorar. Enfim, desde esse dia não voltou a acontecer, mas se voltar, tenho de arranjar outro modo de dar a volta ao assunto.