terça-feira, 14 de dezembro de 2010

COITADO DO PAI NATAL!

Venho aqui deixar claro o meu franco desacordo na utilização do Pai Natal como um instrumento de pressão para conseguirmos o que queremos junto dos nossos filhos. Porque é que temos que transformar aquela figura simpática, de bochechas rosadas (ligeiramente alcoolizadas, naturalmente, com o frio que faz lá em cima), gordinho, fofinho e com um coração tão grande que o leva a distribuir presentes por todas as crianças do mundo, numa figura a temer, que tem o poder de julgar as criancinhas e decidir quais são as boas, e que por isso merecem presentes, e quais são as más, e que por isso não levam nada! Pobre homem! De certeza que não era essa a sua intenção. Mas alguns pais, chegando a quadra natalícia, tentam resolver os problemas que vão surgindo com a repetida frase: - “Olha que tens de te portar bem, se não o Pai Natal não te traz presentes”. Pobres crianças, que medo devem ter daquele homem que vai decidir sobre a sua felicidade. Não poderíamos deixar o Pai Natal em paz? Não poderíamos deixar que os miúdos gostassem dele sem o temer? Pois é, já sei que quando éramos pequenos também nos diziam isso e que “não nos fez mal nenhum” (será que não? Sabe-se lá!), mas temos de repetir tudo, inclusivamente as coisas que não gostámos que nos fizessem? Eu gostava que não. Tenho um amigo que numa certa fase dizia ao seu filho, quando queria controlá-lo: - “Olha que vem aí o chefe!”. Nós gozámos e dissemos que quando crescesse o rapaz iria ter problemas laborais com os seus superiores e nunca saberia porquê. E com o juiz Pai Natal, será que ensinamos os nossos filhos a sentir que quem dá um presente espera sempre algo de nós. Nem que seja apenas que sejamos bons… sempre! Quem é que consegue ser bom sempre? Eu não, por isso estou lixada, o omnipresente Pai Natal vai ver e vai cortar nas prendas… lá se foram as botas!

2 comentários:

  1. Aqui em Mértola, o que tenho dito (e estranhamente parece resultar) é que vem aí a mosca. E o André põe-se a olhar para cima a dizer "a mosca".

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  2. Muito bem pensada esta tua observação, e olha que eu, que também queria serunmasupermãe, já caí nesta estupidez de conversa. Parabéns pelo blog e por já serem uma familia de 4!
    Susana (mãe do Vicente e da Violeta)

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